Luis Buñuel | Um importante nome do cinema espanhol

Conhecido por internacionalizar o cinema espanhol, Luis Buñuel foi um realizador muito importante nesse meio.

Durante sua carreira atua ao lado de outros grandes nomes como Salvador Dalí. O que trouxe um toque surrealista que é estampado em suas obras cinematográficas.

Apesar de sempre muito aclamada, sua arte ao mesmo tempo era envolta em controvérsia e escândalo e não tinha medo de ser fiel a si mesmo.

Fazendo assim, posteriormente, com que se tornasse influência para diretores como Pedro Almodóvar.

Portanto, neste artigo iremos abordar sua biografia, obras, temas e outros aspectos. Quer saber mais sobre sua carreira? Continue lendo!

O Espanhol Mexicano Luis Buñuel

Um Cão Andaluz (1929).

Luis Buñuel Portóles nasceu em fevereiro de 1900 em Aragão na Espanha, mas, foi posteriormente nacionalizado mexicano em 1948.

Sua infância foi em meio a uma vida agrícola, sendo o mais velho de sete irmãos. Apesar desse ambiente, sua família possui grandes conexões.

Ainda novo, se mudou para Saragoça onde recebeu uma educação jesuíta mostrando ser um bom aluno, apesar de irreverente e rebelde.

Desde essa época de escola, mantinha contato com o mundo cinematográfico. Pois, já simulava projeções através de um edredom mais uma lanterna mágica.

Foi então que aos 16 anos de idade renunciou às suas convicções católicas e em 1917 resolveu ingressar na Universidade de Madrid.

No entanto, suas duas primeiras tentativas não deram muito rendimento – agronomia e engenharia industrial. O que o levou a tentar filosofia, onde encontrou-se.

Durante seus anos de estudo, conheceu Salvador Dalí e Federico Garcia Lorca, com quem trocava ideias vanguardistas e surrealistas.

Logo, os três vieram a formar um grupo chamado “La Generación de 27”. Conhecida aqui no Brasil, como a Geração de 27.

O objetivo desse grupo era auxiliar na criação de “laços” entre a cultura conservadora e os novos movimentos que começam a emergir.

Além disso, nessa mesma época Buñuel aprendia sobre hipnose. Um recurso que foi utilizado em muitos de seus filmes posteriormente.

Com 25 anos de idades, ele resolveu se mudar para Paris na intenção de adquirir experiência e aprender mais sobre a arte cinematográfica.

Levando-o então, a trabalhar com Jeans Epstein em obras consideradas estranhas. Mas, que contribuíram para seu crescimento.

Filmografia de Luis Buñuel

Seu início oficial aconteceu em 1929 com ajuda de Salvador Dalí e do financiamento de sua mãe, em um curta chamado “Um Cão Andaluz” que tinha apenas 17 minutos.

O que fez com que ele logo foi inserido nesse meio devido às cenas chocantes do curta. Assim sendo acolhido pelo movimento surrealista.

Entre as imagens polêmicas, podemos destacar um sucesso até os dias atuais que é um globo ocular sendo cortado logo de início.

Já em 1930, seu primeiro longa-metragem veio ao mundo, através de patronos da arte. Esse se chama “A Idade do Ouro”, um filme violento e ensurdecedor.

A obra foi mal vista dentro do país pela imagem que passava ao exterior e logo após a Guerra Civil Espanhola, Buñuel foi para os Estados Unidos.

Lá trabalhou no Museu de Arte Moderna de Nova York, de 1939 a 1943 como editor-chefe do Departamento de Escrita.

Além disso, ele chegou a trabalhar para o estúdio Warner Bros. Já no final da década de 40, mudou-se para o México.

Em um trabalho conjunto com o produtor Óscar Dancigers, voltou-se ao mercado internacional mais uma vez, com o filme “Os Esquecidos” de 1950.

Nessa obra eram mostradas as vidas de crianças de rua na capital do México. Já nos anos que se seguiram, foram lançadas obras como:

  • 1951: Suzana;
  • 1952: El Bruto;
  • 1958: Nazarin.

Anos finais de sua carreira

Por fim, retornou à Espanha em 1960, onde filmou o filme “Viridiana” (1961) que teve um ingênuo financiamento estatal e satiriza mais uma vez a religião.

O alvo foram as diretrizes de virtude e caridade, levando ao impedimento da divulgação de seu filme. Além de um banimento que o levou de volta a França.

Foi lá então, que realizou mais 7 obras com colaboração de Jean-Claude Carrière (escritor) e Serge Silberman (produtor).

  • 1964: O Diário de uma Camareira;
  • 1965: Simon do Deserto;
  • 1967: A Bela da Tarde;
  • 1969: Via Láctea;
  • 1970: Tristana, uma Paixão Mórbida;
  • 1972: O Discreto Charme da Burguesia;
  • 1974: O Fantasma da Liberdade.

Seu último filme foi lançado em 1977 e chamava-se “Esse Obscuro Objeto do Desejo”.

Nos anos seguintes, escreveu ainda uma autobiografia um pouco duvidosa. Foi aos 83 anos de idade (1983) que morreu na Cidade do México.

Os principais filmes de Luis Buñuel

Viridiana (1961).

Os Esquecidos (1950)

É considerado o primeiro clássico de Buñuel em seu período mexicano. Aqui vemos a história de um grupo de amigos delinquentes que vivem nos subúrbios da Cidade do México.

Viridiana (1961)

A trama mostra a jovem Viridiana que está para ser ordenada freira e vai visitar seu tio. Solitário e pervertido, ele faz de tudo para seduzi-la, mas, morre repentinamente. A jovem desiste então de virar freira e monta a casa do tio em um albergue. No entanto, o final do filme mostra a verdadeira faceta humana frente ao espírito cristão de solidariedade e piedade.

O Anjo Exterminador (1962)

Filmado no México, o enredo mostra convidados de uma farta e extravagante refeição. Mas, que após esta não conseguem deixar o ambiente, onde passam a conviver até tornarem-se animais.

A Bela da Tarde (1967)

Esse filme mostra a história de Séverine, uma jovem rica e infeliz em suas idas a um bordel. O que aborda suas necessidades e fantasias sexuais que não são obtidas em seu casamento.

O Discreto Charme da Burguesia (1972)

Por fim, essa trama mostra devaneios, sonhos e situações reais de seus personagens. Esse filme faz uma crítica à hipocrisia social burguesa através de uma sátira provocativa.

Créditos Finais

Vimos então, ao longo deste artigo, a vida e filmografia de Luis Buñuel, um cineasta tanto Espanhol, quanto Mexicano.

Ao longo de sua carreira, ele sofreu influências surrealistas. Essas originárias do seu tempo de juventude em que pertenceu a Geração de 27.

Suas obras sempre foram chocantes, provocativas e, tinham por objetivo abordar temas como: hipocrisia, críticas às diretrizes cristãs, realidade social e burguesia.

Bem como, questões relacionadas a libido, o desejo e os sonhos que eram mostrados de forma polêmica!

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