Sahraa Karimi, cineasta e chefe do Afghan Film, fugiu do Afeganistão com ajuda de governos estrangeiros e alerta a comunidade cinematográfica sobre a situação sócio-política atual.
Com uma fuga digna de cinema, Sahraa Karimi e família fugiram com ajuda dos governos turco e ucraniano. Ao THR, ela disse que perdeu um voo, tentou sair pelo aeroporto do exército dos EUA mas seu pedido foi recusado.
A embaixada turca então recebeu aprovação da Ucrânia para levar a cineasta e mais 11 pessoas até Kiev (via Istambul).
Karimi disse que agora trabalha para retirar mais artista do Afeganistão e que o Talibã apresenta uma ameaça para a classe artística. “O Talibã é anti-arte, anti-cinema e anti-mulher. Se você combinar isso como uma diretora feminina, você verá que eles são contra tudo em relação às cineastas”, disse ela.
E ainda pediu ação de toda comunidade cinematográfica: “será um genocídio de cineastas e artistas. No momento, temos a calmaria antes da tempestade, mas o Talibã não mudou. Ideologicamente, eles vivem na Idade da Pedra“.
Sahraa Karimi é diretora e a primeira mulher a presidir o Afghan Film, além de ser a primeira em seu país a ter doutorado em cinema. Ela dirigiu os filmes Afganske zeny za volantom (2009), Parlika (2016) e Hava, Maryam, Ayesha (2019). Este último exibido no Festival de Veneza.