Jane Campion é uma cineasta neozelandesa que está entre as cinco mulheres que já receberam uma nomeação para o Oscar de Melhor Direção e a única mulher na história do cinema a receber a Palma de Ouro do Festival de Cannes.
Sem dúvida, Jane possui um talento e olhar único para dirigir filmes, como é mostrado em “O Piano”, pelo qual recebeu o Oscar de Melhor Roteiro Original.
Diante de tanta desigualdade de gênero que há dentro dessas premiações, sabemos que é difícil uma mulher conseguir uma nomeação e, ainda mais difícil, vencer na categoria.
Sendo assim, caso tenha ficado curioso para conhecer um pouco mais sobre essa incrível cineasta e quais são as suas obras cinematográficas, continue lendo!
O cinema de Jane Campion
Elizabeth Jane Campion nasceu dia 30 de Abril de 1954 em uma cidade chamada Wellington, na Nova Zelândia. Campion foi a segunda filha de Edith Campion, uma atriz e escritora, e de Richard M. Campion, um professor de teatro
Sendo assim, com os pais já envolvidos no mundo das artes, foi normal que Jane e seus irmãos crescessem em meio à esse cenário. Porém, a princípio, Jane não pretendia seguir os mesmos passos de seus progenitores, desse modo, formou-se em Antropologia na Universidade de Victoria, em meados de 1975.
No ano seguinte, Campion decidiu licenciar-se em artes plásticas na Universidade de Sidney, após ter feito uma viagem para a Europa e ter estudado em Londres.
No entanto, Campion não estava satisfeita com a carreira e limitações que as pinturas possuíam, buscando assim novas formas pelas quais pudesse se expressar melhor.
Então, deparou-se com o cinema e decidiu que iria dar os seus primeiros passos no cinema. Jane então, entre 1981 e 1984 estudou na Australian Film, Television and Radio School, onde realizou uma série de curtas, que receberam alguns prêmios.
Após se formar, Campion teve o seu primeiro trabalho na televisão ao dirigir um episódio da série Dancing Daze. E, como consequência, a levou para o seu primeiro filme: 2 Friends.
Já por volta de 1989, Campion dirigiu Sweetie, que recebeu vários prêmios internacionais.
O início de sua trajetória
No entanto, o sucesso e reconhecimento começou a aparecer após dirigir Um Anjo em Minha Mesa, no ano seguinte.
Três anos depois, o sucessos de Campion se estendeu ao estrear o inesquecível e prestigiado O Piano. Esse filme recebeu uma série de nomeações em diversos festivais do cinema ao redor do mundo.
O Piano foi, sem dúvida, o responsável por lançar a carreira da cineasta e fazer com que o seu nome fosse considerado como um dos mais promissores em Hollywood.
O filme ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, entrando para a história ao ser a primeira mulher a receber o prêmio, além do Oscar de Melhor Roteiro Original. Embora não tenha ganhado, Campion foi a segunda mulher da história a receber uma indicação na categoria de Melhor Direção.
Dessa forma, Jane Campion continuou a dirigir filmes, embora não tenha repetido o mesmo feito histórico com O Piano, as obras posteriores da neozelandesa foram bem recebidas pelo público e pela crítica.
Mas, além dos longas para o cinema, Campion também escreveu e dirigiu uma minissérie para a televisão, chamada de Top of the Lake, qual ganhou diversões prêmios, incluindo o Globo de Ouro de Melhor Atriz para a protagonista Elisabeth Moss.
O último filme que Campion realizou, recebeu o título de The Power of The Dog e tem previsão de estreia para esse ano, 2021. O filme é uma adaptação do romance de Thomas Savage e possui Benedict Cumberbatch como o astro principal.
Principais filmes de Jane Campion
Jane Campion afirmou certa vez que no início de sua carreira como cineasta, foi fortemente influenciada por seus ídolos da pintura, como Frida Kahlo, por exemplo.
Com isso, é possível observar que ambas as formas de arte se misturam de forma homogênea em suas obras repletas de romance e drama. Porém, a sutileza e delicadeza das tramas, mesmo quando busca retratar temas de suspense.
Embora seja reconhecida por seus feitos históricos durante as premiações de cinema, não é possível negar que Campion possui talento e mestria ao realizar algum trabalho, seja qual for o gênero ou formato.
Portanto, confira a seguir quais são alguns dos trabalhos mais notórios da carreira de Jane Campion!
O Piano (1993)
Ada McGrath é uma mulher que não fala desde os seis anos de idade. Ela se muda para a Nova Zelândia e conhece o seu futuro marido, por quem não se simpatiza que, para piorar, recusa-se a transportar o piano de Ada. No entanto, George Baines compra o instrumento e promete devolvê-lo, se Ada ensiná-lo a tocar. Com o tempos, as aulas de piano se transformam em encontros e ambos acabam se apaixonando.
Top of the Lake (2013-2017)
Uma detetive que não possui muita experiência, investiga o caso de uma menina de 12 anos que estava grávida e desapareceu em uma pequena cidade da Nova Zelândia.
O Brilho de uma Paixão (2009)
John Keats é um jovem poeta e vizinho de Fanny Brawne, estudante de moda. Ambos vivem em mundos completamente distintos, porém, quando o irmão de John adoece, Fanny se oferece para ajudar a cuidar dele. Até que John e Fanny acabam se apaixonando.
Sweetie (1989)
Sweetie e Kay são duas irmãs que possuem 20 anos e estão passando por uma série de problemas na família. Kay sonha em namorar, porém, tem muitas dificuldades para se relacionar com outras pessoas.
Um Anjo em Minha Mesa (1990)
O filme é baseado na vida da autora Janet Frame, que foi diagnosticada com esquizofrenia quando ainda era uma criança e teve que passar por tratamentos angustiantes.
Créditos Finais
Em suma, Jane Campion é uma diretora que possui talento e sabe como fazer um filme muito bem feito. A neozelandesa entrou para a história do cinema com os seus feitos.
Porém, merece reconhecimento não somente por isso, mas sim por seu talento e maestria.
Afinal, não é fácil receber uma indicação como Melhor Direção, sendo uma mulher então se torna ainda mais difícil. Esperamos que isso possa mudar e que mais mulheres talentosas, assim como Campion, tenham a oportunidade de concorrer mais vezes ao prêmio.
Por fim, você já conhecia o trabalho de Campion? Qual a sua opinião sobre a cineasta? O que você espera de seu próximo filme? Deixe um comentário!