Luchino Visconti: Um dos grandes nomes do cinema italiano

Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo foi decerto um importantíssimo diretor e roteirista de cinema italiano.

Ele era descendente da nobre família milanesa dos Visconti.

Quando se mudou para França, ficou amigo da famosa estilista Coco Chanel.

Esta, por sua vez, graças a seu influente círculo de amizade, fez a ponte entre Visconti e o cineasta Jean Renoir.

Ali surgiu o interesse pela sétima arte.

Luchino Visconti teve que vender joias que eram herança da família afim de conseguir dinheiro para lançar seu primeiro filme, em 1943.

Seu segundo filme foi lançado no final da segunda Guerra Mundial. Embora contratado pelo Partido Comunista Italiano para fazer três filmes, acabou por finalizar apenas um de fato.

Apesar de seus relacionamentos amorosos com estilistas e atrizes, Luchino nunca escondeu ser homossexual.

Inclusive eventualmente a retratava em seus filmes.  Após se relacionar com vários homens ligados ao cinema, ele teve sua relação oficial com o ator Helmut Berger até os últimos dias de sua vida, em 1976.

Ele morreu em consequência de problemas cardíacos devido ao vício em cigarro.

O estilo cinematográfico de Luchino Visconti

O Leopardo (1963).

Luchino Visconti dirigiu 17 filmes no total. Além disso, produziu:

Três documentários:

  • Giorni di Gloria (1945)
  • Appunti su un Fatto di Cronaca, episódio de Documento mensile n. 2 (1951)
  • Alla Ricerca di Tadzio (1970)

Quarenta e duas peças de teatro, entre elas:

  • Delitto e Castigo, de Gaston Bary (de Fedor Michajlovic Dostoevskij, 1946)
  • Zoo de Vetro, de Tennessee Williams (1946)
  • Euridece, de Jean Anouilh (1947)
  • Rosalinda o Come vi Piace, de William Shakespeare (1948)
  • Un tram che si chiama desiderio, de Tennessee Williams (1949)
  • Oreste, de Vittorio Alfieri (1949)
  • Troilo e Clessidra, de William Shakespeare (1949)
  • Morte de un commesso viaggiatore, de Arthur Miller (1951)
  • Un tram che si chiama desiderio, de Tennessee Williams (1951)
  • Il seduttore, de Deego Fabbri (1951)
  • La locandeera, de Carlo Goldoni (1952)
  • Tre sorelle, de Anton Cechov (1952)
  • Il tabacco fa male, de Anton Cechov (1953)

E vinte óperas, dentre elas:

  • La Traviata, de Giuseppe Verdi (1955)
  • Anna Bolena, de Gaetano Donizetti (1957)
  • Ifigenia in Tauride, de Christoph Willibald Gluck (1957)
  • Don Carlos, de Giuseppe Verdi (1958)
  • Macbeth, de Giuseppe Verdi (1958)
  • Il Duca d’Alba, de Gaetano Donizetti (1959)

Foi indicado ao Oscar em 1969 por melhor roteiro original, ao prêmio BAFTA 1971 por melhor diretor, ganhou Palma de Ouro no Festival de Cannes bem como um Leão de Ouro e um Leão de Prata no Festival de Veneza.

Por ser o fundador do estilo Neorrealista Italiano, este predominava em suas obras, o que teve como resultado adaptações excepcionais de clássicos da literatura mundial.

O clássico que marcou sua carreira foi a adaptação do romance “O Leopardo”, do escritor Giuseppe Tomasi di Lampedusa.

Esta produção rendeu a Luchino a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Veja os cinco maiores filmes de sua carreira

1 – O Leopardo (1963)

O último e mais polêmico filme de sua carreira tinha em sua versão original 205 minutos, porém o filme foi reeditado para versão do Festival de Cannes e terminou com 195 minutos.

Para ser lançada em DVD houve mais um corte, acabando por deixar em 185 minutos.

Posteriormente, o estúdio 20th Century Fox fez outra versão do filme.

Dublada em inglês para lançamento nos cinemas americanos e ingleses, tem a duração de 161 minutos.

O filme retrata o período durante o conturbado processo de unificação italiana na Sicília.

No período, o príncipe Don Fabrizio passa a simpatizar com os ideais socialistas, mas não gosta da ideia de perder seu prestígio e privilégios.

2 – Rocco e Seus Irmãos (1960)

Foi o primeiro filme em que o diretor trabalhou com o astro Alain Delon, que teve suas falas dubladas no filme.

Em seguida, fizeram juntos outros filmes famosos.

O estúdio não conseguiu na época autorização para rodar cenas importantes do filme em locais que eram chave para a história.

Com isso, as filmagens foram um tanto quanto problemáticas.

Dessa forma, Visconti, contrariado, teve que usar locações que não eram como desejava.

Durante as gravações, Annie Girardot e Renato Salvatori se tornaram amantes.

O filme foi proibido de ser exibido em Milão, mesmo tendo 45 minutos retirados, por trazer uma cena de assassinato em um ponto turístico da cidade. A corte judicial da época manteve a censura.

Da mesma forma, foi cortado na versão exibida nos EUA por ser considerado violento demais.

A trama conta a história de uma viúva e seus cinco filhos, que se mudam do vilarejo italiano onde nasceram, em busca de uma vida melhor.

Ele foi indicado ao Leão de Ouro em 1960.

3 – Belíssima (1951)

Em original “Bellissima”.

O terceiro filme do cineasta, foi feito em 1951, no auge do neo-realismo, com a estrela maior do movimento, Anna Magnani.

O filme conta a história de uma mãe que faz de tudo para que sua filha, a pequena Maria, se torne uma estrela de cinema. Ela então acaba levando a menina para disputar um concurso que vai escolher a protagonista do filme de um famoso cineasta. Porém, a menina é considerada feia, o que dá início a uma sucessão de desilusões, dentre elas virar chacota entre os produtores.

4 – Obsessão (1943)

O primeiro filme de sua carreira, Obsessão, teve os negativos destruídos pelos fascistas. Por sorte, o diretor conseguiu salvar uma cópia.

Ele teve pouca divulgação, tendo sido lançado nos Estados Unidos apenas em 1976 e com pouquíssimas exibições na Europa.

O filme se passa na Itália, início dos anos 40, no miserável Vale do Pó.

La, a frustrada dona de uma pensão, planeja com o amante o assassinato do marido.

5 – Morte em Veneza (1971)

O filme é ambientado no século 20, em Veneza, onde reina uma burguesia que ama o luxo e a boa vida.

No magnífico Grande Hotel da cidade, um velho compositor encontra um adolescente andrógino, de origem polonesa, que passa as férias com a família. No garoto, ele enxerga a mais perfeita representação da Beleza, do tipo de que sempre buscou alcançar em suas obras. A relação dos dois personagens se resume basicamente a olhares trocados, enquanto uma epidemia de cólera ameaça a cidade.

Efusivamente poético e controverso, até hoje é considerado um dos mais belos filmes de Visconti.

Créditos Finais

Os filmes de Luchino Visconti estão disponíveis nas plataformas online, no entanto, em 2018, participaram da retrospectiva em sua homenagem no Sesc de São Paulo.

Você já conhecia o cineasta? Deixe nos comentários!

Picture of Por Dentro da Tela

Por Dentro da Tela

O Por Dentro da Tela é um canal dedicado à análise e discussão de filmes, séries e animes.

Posts Relacionados

Novidades

Podcast

Redes Sociais

Rolar para o topo