Kenji Mizoguchi e sua visão cinematográfica do Japão

Diretor e roteirista japonês, Kenji Mizoguchi é conhecido por abordar em seu cinema, temáticas sociais de cunho pessoal de forma ampla.

Bem como, das questões que envolvem o status feminino dentro da sociedade. O que deu a ele a alcunha de “reitor do cinema japonês”.

Com obras assombrosas e fragmentárias, Mizoguchi criou histórias eloquentes. Nas quais vemos histórias de perda humana, luta e abandono que geram empatia, compaixão e muita dó em quem assiste suas obras.

Neste artigo, iremos mostrar mais sobre sua biografia e carreira, portanto, continue lendo e saiba mais da história desse grande cineasta oriental!

Kenji Mizoguchi e sua biografia oriental

O diretor Kenji Mizoguchi em serviço.

Nascido em 16 de maio de 1898 em Tóquio no Japão, Kenji Mizoguchi era o filho de um humilde carpinteiro.

Então, devido à situação econômica da família, ainda pequeno viu sua irmã ser adota por outra família. Essa, posteriormente a vendeu para se tornar uma gueixa.

Desse modo, esse acontecimento afetou sua visão de mundo ainda cedo e foi refletido em obras ao longo de sua carreira.

Ainda na juventude, Mizoguchi fazia forte oposição ao seu pai. Tanto pelo ocorrido com sua irmã, quanto pela forma que tratava sua mãe.

Com apenas 13 anos de idade, ele deixou a escola a fim de se dedicar ao estudo das artes gráficas. Tendo assim, seu primeiro trabalho em Kobe, como designer publicitário.

  • 1920: foi sua estreia na indústria cinematográfica como ator, em Tóquio;
  • 1923: três anos após, ele se torna um conceituado diretor na Nikkatsu Corporation. Nesse mesmo ano, lançava seu primeiro filme “A Ressurreição do Amor”

Após iniciar sua carreira, os próximos 30 anos de sua vida foram repletos de trabalhos, o que o levou a filmar quase 100 longa-metragens.

Durante esses anos, instaurava-se uma mudança no cinema japonês. Via-se assim, a moldagem de uma temática e estética mais ocidental a qual Kenji Mizoguchi aderiu.

Em seus filmes, víamos a mulher retratada de forma simpática em meio a conflitos emocionais relacionais ao amor, sociedade e status.

Ou seja, uma reflexão que remetia ao acontecido com sua irmã. Desse modo, em 1936, “As Irmãs de Gion” chegava ao cinema abordando essa temática.

O filme foi um grande sucesso e recebeu o prêmio de Melhor Film pelo Kinema Junpo – no mesmo ano.

Uma carreira substancial

A Vingança dos 47 Ronins (1941)

Nos anos seguintes, Kenji Mizoguchi continuou a criar obras nas quais retratava personagens femininas como protagonistas.

Porém, em 1941 durante o período de guerra, produziu um filme Jidaigeki conhecido como The Loyal 47 Ronin. Baseado em um conto tradicional japonês que teve o personagem Ōishi Kuranosuke como protagonista.

Sua obra foi de extrema importância para os estúdios Shochiku que estava à beira da falência na época.

  • 1952: foi o ano em que suas obras começaram a ser vistas no cenário internacional, pois,Oharu, a Vida de uma Cortesãhavia sido selecionado para o Concurso Oficial em Veneza no mesmo ano. Inclusive, ganhando assim, o Prêmio Internacional;

Seu primeiro filme a competir no Festival de Cannes foi Os amantes Crucificados (1954), que marcava sua aceitação na indústria cinematográfica internacional.

Isso fez com que o cinema japonês se tornasse presente no Oeste a partir da década de 50. Mas, com contribuições ainda de outros cineastas como Akira Kurosawa e Yasujiro Ozu.

Por fim, em 1956 após uma longa batalha contra a leucemia, Kenji Mizoguchi veio a morrer na cidade de Quioto, Japão.

Top 5 filmes de Kenji Mizoguchi

Yoshiaki Hanayagi em O Intendente Sansho (1954)
  • O Intendente Sansho (1954): nessa obra, Mizoguchi nos mostra a história de Tamaki que viaja com seu casal de filhos, Zushio e Anju. Mas, no caminho ela acaba sendo enganada e vai parar na ilha Sado, com seu filhos sendo vendidos como escravos. Passando 10 anos, eles conseguem fugir e partem para Sado em busca de uma famosa mulher que canta uma triste canção para eles, acreditando ser sua mãe;
  • Contos da Lua Vaga Depois da Chuva (1953): passado durante a Guerra Civil no Japão, em pleno século 16, Genjuro um pobre oleiro e Tobei seu cunhado viajam a capital da província com suas mulheres. Indo assim, para as redondezas do lago Biwa vender utensílios de cerâmica. Tobei passa a usar seu lucros para comprar armas e abandona sua mulher para se tornar samurai. Já Genjuro começa a passar muito tempo no castelo de Lady Wakasa, para entregar mercadorias;
  • Oharu – A Vida de uma Cortesã (1952): filme baseado em um romance de Saikaku Ihara, vemos Oharu uma mulher que por ter feito parte da corte do imperador quando nova, acaba sendo levada a ser cortesã e pedinte quando senhora;
  • Crisântemos Tardios (1939): na Tóquio de 1885, Kikunosuke Onoue é um o filho de um renomado ator e que em sua vida, é elogiado pelo status de seu pai. Contudo, vê em Otuko a ama de seu sobrinho a única pessoa sincera com ele, por quem se apaixona e motiva a buscar seus próprios méritos;
  • Os Amantes Crucificados (1954): uma história de amor proibida entre Mohei e Osan, vai contra a moral predominante no Japão do século XVII. A obra é inspirada na história do dramaturgo Monzaemon Chikamatsu, que acaba de forma trágica.

Créditos Finais

Ao longo deste artigo, pudemos ver mais sobre a vida e carreira de Kenji Mizoguchi, um famoso cineasta japonês.

Juntamente com Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa, representou o triunvirato de diretos de maior sucesso no país. De modo que, a indústria cinematográfica japonesa, chegasse ao Ocidente.

Abordando assim, em suas obras-primas temáticas que abordam a questão social no Japão e o status feminino pouco respeitado na época.

Você já viu algum dos filmes desse cineasta ou possui interesse em vê-los? Conte para nós nos comentários e compartilhe com seus amigos nas redes sociais.

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