Yasujirō Ozu é um nome que evoca grande poder e influência na história da sétima arte. O cineasta foi e segue sendo prestigiado por seu trabalho, que iniciou-se ainda quando o cinema era mudo.
Com obras primorosas que servem como influência para novas gerações de cineastas, Ozu é uma figura importante. Sendo assim, para conhecer um pouco mais sobre a grande trajetória desse cineasta e quais são suas obras mais respeitadas, basta continuar lendo!
Yasujirō Ozu e uma trajetória de sucesso
Yasujirō Ozu nasceu no dia 12 de dezembro de 1903, em Fukagawa, Tóquio. Desde cedo o jovem começou a desenvolver interesse pelo mundo da sétima arte, passando o seu tempo assistindo todos os filmes que podia.
Quando cresceu, trabalhou por um curto período como professor, porém, em 1923 retornou para Tóquio. Lá acabou se juntando a companhia cinematográfica Shochiku.
A princípio, o seu trabalho era como assistente de fotografia e de realização. Três anos depois, porém, Ozu pôde dirigir o seu primeiro filme, Zange no yaiba, a partir de então, não parou mais de dirigir os seus filmes.
Por volta de 1937, apesar dos seus filmes receberam críticas positivas e serem bem recebidos, não eram grandes sucessos de bilheteria. O que acabou causando o descontentamento dos estúdios.
Sendo assim, com 34 anos de idade, o cineasta foi recrutado para servir como cabo de infantaria na China, onde permaneceu por dois anos. Com a experiência militar adquirida, Ozu passou a escrever um diário que, um tempo depois, serviu de inspiração para alguns de seus filmes.
O cineasta teve tempo de realizar apenas mais um filme antes de, novamente, se alistar no exército. Dessa vez Yasujirō Ozu foi enviado para Singapura, onde passa a a maior parte do tempo assistindo filmes confiscados pelo exército.
Segundo o Donald Richie, um dos filmes favoritos de Ozu era Cidadão Kane, de Orson Welles. Por um tempo, Ozu estava trabalhando apenas com comédias mais curtas, até mudar o seu foco para filmes com preocupações sociais sérias.
A influência do cineasta
No final da década de 40, os seus filmes começaram a ganhar um maior reconhecimento. Porém, foi somente por volta da década de 60 que as suas obras passaram a ser prestigiadas em solos internacionais.
Relutante em aceitar a revolução do cinema sonoro, Ozu dirigiu o seu primeiro filme com som, embora um pouco tardio, Filho Único. E, um tempo depois, o seu primeiro filme colorido Flor do Equinócio.
Ozu deixou para trás um grande legado e sua forte influência no cinema, ao falecer vítima de câncer, em 12 de dezembro de 1963, exatamente no mesmo dia em que completaria 60 anos de idade.
Obras reverenciadas de Yasujirō Ozu
Não há dúvidas de que Ozu é uma figura que possui grande influência no cinema. Akira Kurosawa e Kenji Mizoguchi são apenas alguns nomes que, de certa forma, foram tocados pelo estilo único de Ozu.
Wim Wenders, por sua vez, filmou Tokyo-Ga, um documentário a respeito de Ozu. Enquanto Jim Jarmusch e Hal Hartley também são fortemente influenciados pelas obras do cineasta.
Yasujirō Ozu gostava de brincar com os gêneros e temas, no início de sua carreira os seus filmes eram voltados mais para comédia. Porém, a medida que avançava na carreira, mudou o foco para temas mais sérios.
Sendo assim, o cineasta abordava temas relacionados a casamento, família, velhice e o conflito entre as gerações. Portanto, veja logo abaixo algumas das obras mais marcantes do cinema de Yasujirō Ozu!
Era uma Vez em Tóquio (1953)
Um casal de idosos decide deixar o campo e viajar para Tóquio pela primeira vez, para fazer uma visita aos filhos. No entanto, os filhos tratam os próprios pais com indiferença, nunca tendo tempo o suficiente para eles.
Apenas a nora do casal, que recentemente perdeu o marido na guerra, é mais atenciosa com o casal. No entanto, quando a mãe adoece, os filhos fazem uma visita à ela, quando alguns sentimentos acabam se revelando.
Pai e Filha (1949)
Noriko é uma jovem de 27 anos que passa mais tempo cuidando de seu pai, enquanto ele começa a ficar preocupado com o desinteresse da filha em se casar. Sendo assim, o pai finge que casou-se novamente para que Noriko passe a procurar por um noivo.
A Rotina Tem Seu Encanto (1962)
Shuhei Hirayama é um militar que, após um encontro com os seus amigos, começa a ficar preocupado que sua filha Michiko, de 24 anos, não encontre um marido e, como resultado, se transforma em uma pessoa amarga. Ele então, parte sozinho em busca de um bom partido para que sua filha possa se casar.
Também Fomos Felizes (1951)
A família Mamiya tenta levar a vida da melhor forma que pode, durante o período de superação da Segunda Guerra Mundial no Japão. Desse modo, enquanto vivem de acordo com as normas da sociedade, é chegada a hora de escolher um pretendente para a jovem Noriko.
Desse modo, a família se empenha ao máximo para encontrar um bom pretendente para a moça. Enquanto isso, Noriko não parece muito interessada na ideia e decide que deseja viver de acordo com as suas próprias normas e planos.
Fim de Verão (1961)
Esse filme é uma espécie de retrato em relação às mudanças que o Japão sofreu logo após a Segunda Guerra Mundial. Desse modo, a época é vista através dos olhos da família Kohayagawa, dona de uma fábrica de sakê.
Créditos Finais
Yasujirō Ozu foi um grande diretor e roteirista de cinema, tendo iniciado a sua carreira ainda durante a era do cinema mudo. Em sua filmografia, conta com cerca de 53 filmes, sendo que 26 deles foram apenas durante 5 anos como diretor.
Mesmo após sua morte, a reputação do diretor continuou crescendo e, por isso, é considerado como um dos diretores mais influentes de todas as gerações. Por fim, o que você achou desse conteúdo? Já assistiu algum filme de Ozu? Deixe o seu comentário!