As mentiras e as marcas da Ditadura Militar fazem parte da história do Brasil. Hoje trago uma lista de filmes importantes para entendermos o período.
Pra Frente, Brasil (1982)
“Pra Frente, Brasil”. O hino da copa de setenta que embalou todos os brasileiros a cantarem em uníssono a vitória do Brasil na copa, foi um contraponto aos horrores proporcionados pela ditadura.
Esse também é o título do primeiro filme da lista de hoje.
Estrelado por Reginaldo Faria, Antonio Fagundes e Natália do Valle; traz em sua historia este contraste: a euforia nacional diante da copa, e os crimes contra a humanidade do Estado.
Acusado, sem provas, de fazer parte da luta armada, um cidadão comum, Jofre, é levado para ser interrogado por conta de seus supostos crimes.
Torturado, maltratado e desrespeitado, Jofre não resiste nas mãos cruéis de seus torturadores.
O filme dirigido por Roberto Farias, também é uma denúncia aos crimes jurídicos que o estado cometia, bem como as prisões aleatórias, sem justificativa aparente.
A obra é uma grande ilustração de como a população temia se envolver com política, o que acabou se tornando uma característica do povo brasileiro. Podemos ver as consequências deste temor até hoje, na concretização, por exemplo, da ignorância política e da busca por repostas fáceis para problemas complexos.
Hoje (2011)
Estrelado por Denise Fraga, Hoje é um filme que simboliza as marcas deixadas pela Ditadura Militar no Brasil.
Depois de receber uma indenização, pela morte de seu marido nas mãos do Estado, Vera compra um apartamento. Na esperança de superar o que viveu durante todos aqueles anos, ela terá que, mais uma vez, enfrentar os fantasmas do passado se quiser seguir em frente.
Em Busca de Iara (2013)
O desaparecimento repentino de pessoas era comum durante aquele período. As famílias, aflitas naquela época e que tiveram que lutar pela verdade décadas depois, ainda carregam em seu amago a dor irreparável causado repressão.
Um símbolo desta luta foi a procura pela verdade no documentário Em Busca de Iara.
O filme demorou para ser concluído, mas em 2013 revelou as mentiras que envolviam a morte de Iara Iavelberg, uma importante guerrilheira de reconhecimento nacional, que supostamente tinha se suicidado.
Por ser de família judaica, o suicídio é tido como uma falta grave, em que a pessoa é penalizada por ser enterrada longe de sua família.
Inconformados, a família começou uma investigação, pressionando os órgãos públicos para que uma inquirição mais apurada fosse feita.
Depois de muitas batalhas e com exumação do corpo autorizada, o documentário mostra a trajetória da família na descoberta pela verdade.
O filme foi produzido por Mariana Pamplona, sobrinha de Iara, que também narra e apresenta a história.
A verdade, por mais que demore, aparece.
Iara não se suicidou e pode, finalmente, ser enterrada perto de sua família.
Créditos Finais
Por mais distante que possa parecer, a repressão, o silenciamento e o controle estatal deixam marcas irreparáveis.
Nosso papel, como sociedade, é nos lembrarmos do passado para que não cometermos os mesmo erros no presente e no futuro.
Assista também o vídeo que fizemos sobre o assunto: