Famosa cineasta, roteirista e diretora de TV brasileira, Anna Muylaert é uma mulher mundialmente conhecida por suas contribuições a sétima arte.
Em meio aos poucos brasileiros cineastas que se destacam no cenário mundial, Muylaert conseguiu criar seu próprio nome. Além disso, ela foi a primeira mulher brasileira em 30 anos a representar nosso país na premiação do Oscar, em 2016.
Devido assim, ao seu filme “Que Horas Ela Volta?“ (2015), estrelado por Regina Casé, Michel Joelsas e Camila Márdila.
Ao longo deste artigo, iremos mostrar um pouco mais sobre a vida e as melhores obras de um dos nossos melhores nomes dentro desse mercado, confira!
A biografia de Anna Muylaert
Nascida na cidade de São Paulo no ano de 1964, Anna Muylaert não possui muito de sua infância e adolescência exposta ao público.
Sabe-se, no entanto, que ela foi uma estudante da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Na qual, formou-se em cinema e através dali, deu seus primeiros passos.
Foi na década de 80, em seu início de carreira, que teve seus primeiros trabalhos ao publicar críticas cinematográficas em jornais e revistas.
Tal como, criando alguns curtas-metragens para a indústria. Em 1988, ela desenvolveu o roteiro e dirigiu o curta conhecido como “Rock Paulista”.
Já em 1989, ela começa então a contribuir com o grupo de criação por trás de programas infantis como “Castelo Rá-Tim-Rum” e “Munda da Lua“, da TV Cultura.
Ganhando assim, uma notoriedade, no ano de 1992 ela dirige seu segundo curta de maior destaque até então, o “As Rosas não Calam”.
Filmografia:
- 1996: Anna Muylaert finalmente recebe um maior reconhecimento no cenário cinematográfico com seu curta “A Origem dos Bebês”. Chegando a lhe render inclusive, o prêmio de melhor curta no 5º Mix Brasil e Rio Cine Festival;
- 1999: sua estreia no cinema foi através de suas contribuições para o filme “Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme“;
- 2002: oito anos depois, Muylaert lança finalmente o seu primeiro filme longa, chamado de “Durval Discos“. Recebendo assim, no 30º Festival de Gramado, os prêmios de Melhor Diretor, Filme e o de Roteiro. Já no 20º Festival de Torino, recebeu aquele de Melhor Roteiro;
- 2009: a 11 anos atrás, ela lançava seu segundo longa com Paulo Miklos e Glória Pires no elenco de “É Proibido Fumar“;
- 2015: surge então, o longa “Que Horas Ela Volta?” com direito a indicação ao Oscar;
- 2016: o filme “Mãe Só Há Uma” é lançado abordando temáticas similares ao anterior, referentes aos conflitos presentes na maternidade;
- 2019: neste ano, Anna Muylaert lançou o seu mais recente filme atuando na produção, “Diz a Ela que Me Viu Chorar“.
Temáticas dos filmes de Anna Muylaert:
Nos filmes de Anna Muylaert vemos diferentes assuntos que focam em temáticas semelhantes e presentes fortemente na cultura brasileira.
Indo desde as transformações que sofremos em nossas vidas rumo a modernização da sociedade. Até mesmo, nos conflitos psicológicos de pessoas que tem dificuldades em aceitar e se adequar as passagens do tempo.
Tudo isso é abordado através de um olhar intimista que aponta um apelo crítico. Ao mesmo tempo que mistura diferentes gêneros ao longa ou em apenas uma de suas obras.
Outro foco bastante comum é que ela trata dos conflitos presentes nas mudanças dos jovens em adultos, incluindo aspectos amorosos.
Apontando sempre, que a vida é mutável de maneira inevitável e por vezes, bastante inesperada. Podemos perceber então, o drama e conflitos sofridos pelas pessoas modernas em um mundo cada vez mais incerto.
Com muita narração e expressividade, vemos discussões sociopolíticas ainda. Tal como migração interna, estruturas de poder, ambientes ocupados pela classe alta (elite) brasileira negados aos demais e a maternidade conflitante.
Sexualidade e construção da própria identidade, são temáticas abordadas ainda em filmes como “Que Horas Ela Volta?” e “Mãe Só Há Uma”.
Pelo Brasil ser um país tão rico culturalmente, mas, com inúmeros aspectos conflituosos, vemos nas obras de Muylaert, o peso que muitos de nós carregam ao longo da vida.
Anna Muylaert: top 5 Filmes
Mesmo com um número bastante limitado de obras cinematográficas, Anna Muylaert conseguiu alcançar seu reconhecimento.
Como já destacado antes, até mesmo no cenário internacional. Quando em 2016, representou nosso país no Oscar e ainda, levou uma mulher ao destaque nacional depois de 30 anos.
- Que Horas Ela Volta? (2015): o filme mostra história de uma mãe que deixa o interior de Pernambuco para trabalhar de babá e empregada em São Paulo. Mas, a chegada de sua filha que está prestando o vestibular, irá mudar a vida de ambas as famílias envolvidas;
- Durval Discos (2002): Durval é dono de uma loja de dicas que fica na garagem de sua casa e que se recusa a aceitar que os CDs vêm mudando o mercado, tornando obsoleto os LPs. No entanto, ao contratarem uma empregada que possui uma filha, a pequena irá mudar a vida dele e de sua mãe, com quem mora junto;
- O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (2006): esse filme mostra a vida de Maura, uma menina de 12 anos que gosta de jogar bola. Entretanto, sua vida muda quando seus pais decidem repentinamente entrar de “férias” na ditadura e ele acaba ficando aos cuidados de seu avô;
- É Proibido Fumar (2009): vivendo sozinha no apartamento herdado de sua mãe e dando aulas de violão, Baby vive em atrito com suas irmãs. Um músico chamado Max muda-se para o apartamento vizinho e logo um romance engata, mesmo com o compulsivo vício de fumo dele;
- Xingu (2013): Leonardo, Cláudio e Orlando Villas Bôas são três irmãos que se alistam para a expedição no Roncador-Xingu. Em sua missão desbravadora em plena região central do Brasil, eles conseguem fundar o Parque Nacional do Xingu.
Créditos Finais
Podemos perceber então, que Anna Muylaert é uma grande cineasta brasileira que aborda em seus filmes, diferentes temáticas nacionais.
Buscando retratar diferentes conflitos sociais e do indivíduo brasileiro. Indo assim, desde as mudanças da modernidade até questões de classe e amadurecimento.
Se você gostou deste artigo, deixe sua opinião nos comentários e compartilhe com seus amigos.
