Por Dentro da Tela

5 cineastas para você conhecer no Mês do Orgulho LGBTQIA+

A arte é uma ferramenta essencial usada para expressar e conectar pessoas, com o cinema não é diferente. No Mês do Orgulho LGBTQIA+ separamos 5 cineastas que representam a comunidade em seus trabalhos.

Desde o Brasil até outros países do mundo, sempre é importante expandirmos nossa percepção sobre a Sétima Arte. Ao mesmo tempo, experimentamos novas experiências ao assistir novas histórias e diferentes modos narrativos.

Por isso, permita-se sair de sua zona de conforto e se depare com filmes que vão fazer você enxergar o mundo de forma menos obtusa!

Conheça Dee Rees

Dee Rees é uma cineasta americana aclamada que se destaca por sua narrativa envolvente e poderosa. Ela nasceu em 1977 em Nashville, Tennessee, e cresceu em uma família afro-americana.

Rees começou sua carreira como publicitária, mas logo encontrou sua verdadeira paixão no cinema, buscando contar histórias autênticas e emocionantes que exploram questões de raça, sexualidade e identidade.

Um dos trabalhos mais notáveis de Dee Rees é o filme “Pariah” (2011). O longa-metragem, baseado em um curta-metragem do mesmo nome, conta a história de uma adolescente lésbica negra chamada Alike, interpretada pela talentosa atriz Adepero Oduye.

“Pariah” retrata de forma honesta e sensível a jornada de autodescoberta de Alike em meio a uma família conservadora e uma comunidade que lida com estereótipos e preconceitos. O filme foi elogiado pela crítica por sua abordagem autêntica e por dar voz a uma personagem sub-representada no cinema.

Dee Rees (esq.) e a atriz Mary J. Blige no set de “Mudbound”.

Outra obra significativa de Dee Rees é o drama histórico “Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi” (2017). Ambientado no período pós-Segunda Guerra Mundial, o filme narra a história de duas famílias, uma branca e outra negra, no sul segregado dos Estados Unidos.

“Mudbound” aborda questões profundas de racismo, opressão e as relações complexas entre os personagens. O filme recebeu elogios da crítica e foi indicado a vários prêmios, incluindo o Oscar.

Conheça Abdellah Taïa

Abdellah Taïa é um cineasta e escritor marroquino que ganhou destaque por sua coragem em abordar temáticas LGBT+ em sua obra.

Nascido em 1973 em Rabat, Marrocos, Taïa é conhecido por explorar em seus filmes questões de sexualidade, identidade e os desafios enfrentados pelos indivíduos LGBT+ em uma sociedade conservadora.

O cineasta e escritor Abdellah Taïa.

Uma das obras mais notáveis de Abdellah Taïa é o filme “Exército da Salvação” (2018). Baseado em suas próprias memórias, o filme narra a história de Abdellah, um jovem marroquino que luta para encontrar seu lugar em uma sociedade onde a homossexualidade é tabu.

O filme aborda questões complexas de identidade, sexualidade e família, explorando as experiências de um jovem gay em uma cultura que muitas vezes rejeita a diversidade sexual. “Exército da Salvação” é uma obra sensível e impactante que oferece um olhar íntimo e pessoal sobre as lutas e aspirações de um indivíduo em busca de aceitação.

Infelizmente, poucas obras literárias do escritor foram traduzidas para o português, mas é possível achar livros de sua autoria sendo vendidos no Brasil.

Conheça Karim Aïnouz

Karim Aïnouz é um renomado cineasta brasileiro, nascido em Fortaleza, em 1966. Ele é conhecido por sua abordagem poética e estética visual marcante em seus filmes, explorando temas como identidade, memória e relações familiares.

O cineasta construiu uma carreira notável e recebeu reconhecimento internacional por suas obras cinematográficas.

Karim Aïnouz concorreu este ano ao prêmio Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Uma das obras mais proeminentes de Karim Aïnouz é o filme “Madame Satã” (2002). Baseado na vida real de João Francisco dos Santos, conhecido como Madame Satã, o filme retrata a vida desse icônico personagem negro e queer na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro nos anos 1930.

Aïnouz apresenta uma narrativa visualmente rica, mergulhando na atmosfera vibrante e caótica da época, ao mesmo tempo em que explora questões de identidade, opressão social e busca por liberdade. “Madame Satã” foi aclamado pela crítica e recebeu diversos prêmios.

Outra obra notável de Karim Aïnouz é o filme “Praia do Futuro” (2014). Ambientado em Fortaleza e na Alemanha, o filme conta a história de Donato, um salva-vidas que vive um romance com um turista alemão. Após um trágico incidente, Donato embarca em uma jornada de autoconhecimento e aceitação, explorando temas de desejo, perda e conexão humana.

O diretor cria uma atmosfera melancólica e contemplativa, mergulhando nas emoções e questionamentos dos personagens. “Praia do Futuro” recebeu elogios da crítica e consolidou a posição de Aïnouz como um cineasta talentoso e visionário.

Conheça Lufe Steffen

Lufe Steffen é um cineasta brasileiro que se destaca por sua contribuição para o cinema documental LGBT+. Ele nasceu em São Paulo e tem se dedicado a contar histórias autênticas e relevantes que exploram questões de identidade, sexualidade e a vivência da comunidade LGBTQ+ no Brasil.

Lufe Steffen é cineasta, roteirista, escritor, jornalista, ator e cantor.

“São Paulo em Hi-Fi” (2013) é um documentário que mergulha no universo da cena musical LGBTQIA+ das décadas de 70, 80 e 90 em São Paulo. O filme resgata a memória e as histórias dos artistas pioneiros da época, que enfrentavam a censura e o preconceito em um período de ditadura militar no Brasil.

Com depoimentos emocionantes e uma trilha sonora envolvente, “São Paulo em Hi-Fi” revela a importância desses artistas na construção de uma identidade queer na sociedade brasileira.

Já “Beija-me se for capaz” (2015) é uma comédia romântica que narra a história de dois jovens que se conhecem em São Paulo. O filme aborda a descoberta do amor e da sexualidade.

Com diálogos engraçados e personagens cativantes, “Beija-me se for capaz” retrata a busca por conexão e a quebra de estereótipos em um contexto de celebração e autenticidade em meio à efervescência da noite paulistana.

Ambos os filmes dirigidos por Lufe Steffen destacam-se por sua representatividade e pela abordagem de temáticas LGBT+. Com sensibilidade e talento, Steffen traz histórias envolventes que emocionam, divertem e ampliam a visibilidade da diversidade sexual no cinema brasileiro.

Conheça Jenna Bass

Jenna Bass é uma cineasta sul-africana cujo trabalho se destaca pela abordagem de questões sociais e políticas em suas histórias. Nascida em Cape Town, ela é conhecida por sua visão criativa e por trazer uma perspectiva única para o cinema africano contemporâneo.

Jenna Bass é cienasta, fotógrafa e escritora.

Uma das obras mais notáveis de Jenna Bass é o filme “Love the One You Love” (2014). O filme segue a vida de várias pessoas na Cidade do Cabo, explorando temas de relacionamentos, conexões humanas e busca por identidade.

Com uma narrativa não linear e uma estética visual arrojada, “Love the One You Love” desafia as convenções narrativas tradicionais e oferece uma reflexão sobre a interconectividade humana na era digital. O filme foi aclamado pela crítica e recebeu vários prêmios em festivais internacionais.

Outra obra importante de Jenna Bass é o filme “Flatland” (2019). Situado em um contexto futurista distópico, o filme segue a jornada de um grupo de mulheres sul-africanas que embarcam em uma viagem de autodescoberta e resistência.

“Flatland” aborda questões de gênero, poder e resistência feminina em uma sociedade opressiva. Com uma estética visual marcante e uma narrativa envolvente, o filme oferece uma crítica social e política perspicaz, trazendo à tona as lutas enfrentadas pelas mulheres em busca de liberdade e igualdade.

Conclusão

Seja para conhecer novos ares cinematográficos ou para se reconhecer em uma história representativa, o cinema LGBTQIA+ precisa ser (ainda mais) celebrado e divulgado!

Suas obras refletem uma busca por representatividade, inclusão e questionamento de normas sociais. Esses cineastas têm se destacado ao abordar temáticas LGBT+, explorar questões de identidade e lutar por uma maior diversidade no cinema.

Estas contribuições são valiosas para a ampliação de perspectivas e narrativas no cenário cinematográfico, promovendo um diálogo necessário sobre as diferentes experiências e desafios enfrentados por comunidades marginalizadas.

Seus trabalhos inspiram e desafiam, deixando um legado significativo na indústria do cinema.

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