“Top Gun: Maverick” é uma experiência imersiva – Crítica

Sequência direta do filme de 1986. Top Gun: Maverick superou seu antecessor, tanto nos aspectos técnicos como em sua trama que aprofunda melhor os personagens.

(esse texto NÃO tem spoilers)

Escrito por uma equipe de roteirista, o filme desse ano traz elementos que fizeram falta no filme anterior: personagens mais bem desenvolvidos; um inimigo e uma sequência lógica em sua estrutura.

Depois de 30 anos, Maverick está de volta aos Top Gun. Mas dessa vez, terá que se colocar à serviço de uma desafio nunca encarado: ensinar como ser o melhor piloto!

Pode parecer clichê, mas essa trama nos dá varias possibilidades e o roteiro soube explorar isso. O que me chamou atenção é que esse hiato entre os dois filmes é uma material muito rico. Em alguns momentos os personagens justificam algumas coisas desse período que não conhecemos.

Para mim isso revela uma sacada inteligente, porque a trama não se prende muito no passado e sabe usar esse material para o presente do filme.

Outra coisa que muda é que a equipe Top Gun não traz só os melhores, mas os melhores de quem já se formou nessa divisão especial. É uma evolução sobre o primeiro filme, o que aumenta a expectativa.

E essa expectativa é atingida. Como o desafio exige, as manobras aéreas estão mais ousadas, mais chamativas e mais impossíveis, ou quase. Surpreendente também é saber que Tom Cruise não usou dublês e que o elenco de pilotos voaram em aviões de verdade para que suas reações fossem capitadas.

Toda essa veracidade na produção se reflete numa experiência imersiva. Tão imersiva que, se você puder, assistir esse filme numa sala “IMAX” vai fazer toda a diferença. Não só pelas imagens super detalhadas, mas o som das cenas é tão rico que senti meu peito pressionar em alguns momentos.

Os atores e os personagens em Top Gun: Maverick

Novos personagens que trazem complexidade em suas relações.

Tom Cruise ao se envolver com essa sequência exigiu duas coisas: usar o menos CGI (imagens geradas por computador) possível e a presença de Val Kilmer. E isso fez a diferença!

As manobras são impressionantes. Se você não ficar impressionado com o decorrer do filme, fica tranquilo que o clímax traz ainda mais feitos extraordinários.

Val Kilmer traz uma presença marcante para o filme. Não só por sua carreira ser envolta por grandes sucessos e polêmicas, mas traz uma conexão com o primeiro filme.

Aliás ver o antecessor é essencial, na minha opinião. Top Gun: Macerick se sustenta em dois pilares fundamentais: as manobras insanas e a profundidade dos personagens. Não assistir o filme de 1986 te fará perder metade da experiência.

Os personagens aqui são melhores. Maverick, por exemplo, não deixou de ser um galã rebelde a beira de uma “dispensa honrosa” da Marinha. Mas traz consigo uma experiência de 30 anos como piloto, além de responsabilidades que precisa sustentar.

Já a equipe composta por Rooster (Miles Teller), Phoeneix (Monica Barbaro), Hangman (Glen Powell) e outros, trazem consigo uma imaturidade mais equilibrada.

É por isso que a dinâmica entre Rooster e Maverick funciona. Eles representam um mesmo arquétipo, mas marcados por acontecimentos diferentes e só a experiência de um combate aéreo pode equalizá-los.

Inclusive, destaco mais uma vez a atuação de Miles Teller. Digo isso porque já tinha falado dele em Muito Velho para Morrer Jovem. Teller é convincente e experiente, trazendo uma contraparte na qual Tom Cruise pode dar suporte e ser sustentado por seu trabalho.

Desta profundidade dos personagens eu gostei. Apesar disso, o filme estabelece suas próprias frases motivacionais. Lá perto do final eles exageram um pouco no uso delas, mas no geral se saem bem e fazem sentido para a obra.

Créditos Finais

A direção de Joseph Kosinski (Homens de Coragem; Oblivion) é tecnicamente superior a muita coisa que vemos por aí. Além de ser experiente com a tecnologia IMAX, ele conseguiu extrair o melhor das cenas de ação.

Top Gun: Maverick supera as expectativas. Vale a pena assistir no cinema. É um filme de ação com profundidade de personagens que impressiona em sua narrativa (que é a forma de contar uma história).

Para finalizar, o evento de pré-estreia que participei em São Paulo foi o primeiro convite do Por Dentro da Tela. Por isso quero agradecer a agência Woomaxx pelo trabalho e, principalmente, à Paramount Brasil pela oportunidade. Obrigado!

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Albert Hipolito

Criador do Por Dentro da Tela. É Radialista e nas produções cinematográficas sempre está envolvido na arte. Tem em Pokémon e em Star Wars suas lembranças vivas da infância.

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