Por Dentro da Tela

Por que Star Wars: A Ascensão Skywalker é ruim?

Star Wars: A Ascensão Skywalker foi a “pá de cal” que desuniu, definitivamente, os fãs da franquia. Foram tantas ideias ruins e coisas mal explicadas, que um alto executivo da Lucasfilm teve que dar uma declaração desastrosa.

No artigo de hoje, veremos porquê fazer uma Trilogia Sequela foi má ideia, onde a nostalgia prejudicou os novos filmes e para onde nós (os decepcionados) podemos ir no universo Star Wars.

Meus outros textos sobre O Despertar da Força e Os Últimos Jedi já foram publicados. Este é o terceiro e último onde exponho, de forma definitiva, meu desapontamento com uma das franquias que mais amo.

A Ascensão Skywalker

Ainda motivado pelo filme anterior e acreditando que Kylo Ren seria consagrado como um grande vilão que cresceu à sombra de poderosos Sith antes dele, vi em A Ascensão Skywalker uma chance real de botar tudo nos trilhos novamente.

Não só isso, a confirmação de que Rey não era especial dava margem para grandes teorias. Mas revelado o subtitulo do Episódio IX, uma duvida pairava no ar.

No teaser, somos surpreendidos com as risadas do Imperador Palpatine.

Mesmo tendo pontos positivos, este é o pior filme da trilogia, mostrando como uma disputa interna entre Rian Johnson e J. J. Abrams foi desastrosa para a franquia. Hoje, a nova trilogia de Star Wars está nas mãos de Johnson.

Pontos Positivos

Dos poucos pontos positivos do filme, destaco os seguintes.

A começar pelo treinamento de Rey. Finalmente vemos ela testando suas habilidades e forçando seu corpo e mente para se tornar poderosa. Ela treinou em Os Últimos Jedi, mas pareceu uma coisa mais apressada.

O destaque vai para a aparição de Lando Calrissian. Gostei muito de saber que ele ajudou Luke em sua busca e que, mesmo distante, continua comprometido com a causa.

Também somos apresentados ao poder de cura de Rey, isso mostra como ela é especial por suas habilidades únicas; um verdadeiro achado da força e uma lenda em potencial.

Inclusive, é dela um feito maior que parar um tiro de blaster. Ela PAROU UMA NAVE. Se isso não é ser poderosa, eu não sei o que é.

Outra coisa que gostei demais foi Rey ter usado o raio. Esse poder, usado por Palpatine, está associado ao lado sombrio da força. Seria uma confirmação de que a personagem tomaria um caminho diferente entre ser um Jedi e ser um Sith?

A conexão entre Rey e Kylo evoluiu tanto que eles conseguiam lutar através da força. Isso foi muito divertido e mostrou como estes adversários seriam um desafio para o outro.

Eu gostei muito quando Kylo diz que não pode voltar. Mesmo com o caminho da luz fazendo sua oferta, Kylo tinha se convencido a ser o conquistador da galáxia. Para mim, um grande vilão.

E claro, a consagração de Poe como líder dos rebeldes. Ela divide seu poder com Finn, mas esse desfecho dele sendo consagrado como cabeça da causa, é um final digno, e muito bem construído, para o personagem.

Que cenário para uma luta!

Pontos Negativos

Os pontos negativos porém, sufocam não só este filme, mas o que as outras produções da Trilogia Sequela estabeleceram ao longo dos anos. As decisões criativas foram ruins, tão ruins que Matt Martin teve que criar uma desavença com os fãs.

Começando por Snooke ser um clone. Como não era natural, toda aquela construção dele em Os Últimos Jedi como um Sith poderoso e articulador, não valeu de nada. Ele era uma marionete. Decepcionante.

O que é pior: um clone criado artificialmente por Palpatine! Como assim ele voltou e, de longe, comando os fios invisíveis da Primeira Ordem?

Sheev Palpatine, ou Darth Sidious, ou Imperador, É O MAIOR PERSONAGEM DE STAR WARS! A galáxia esteve em suas mão desde o Episódio I. Ele criou Darth Vader, Snooke, Kylo, a Primeira Ordem, executou a Ordem 66, enfim, é a grande mente por trás de tudo!

Isso é horrível! Como um ser conseguiu essa proeza durante anos e anos? Na verdade, Star Wars no cinema é uma grande ode à Palpatine. A sua volta muda o ponto de vista que temos de TODOS os filmes.

O que mais explica este sentimento (não só meu, mas de muita gente) é o vídeo a seguir:

O vídeo é uma montagem tomando como referência o episódio 7 de WandaVision, onde descobrimos que Agatha Harkness foi a responsável por controlar acontecimentos chave na série.

Outro acontecimento que mostra a fragilidade da história é o fato do Imperador construir uma frota gigante de naves (Destróier) com o poder de destruir planetas, em segredo total.

Isso mostra um detalhe que passou batido desde o primeiro filme: como a República e a Resistência não sabiam que a Primeira Ordem estava construindo uma arma DO TAMANHO DE UM PLANETA?

Sendo que no Episódio IV, em pleno Império, a causa conseguiu os planos da Estrela da Morte. Dessa vez, com os heróis no poder, eles ficaram as cegas? Como Palpatine construiu dezenas de naves sem que NINGUÉM soubesse?

Para que repetir a mesma coisa entre Darth Vader e Kylo Ren? Será que eles não sabiam que ESTAVAM COPIANDO o mesmo arco de personagem de avô e neto? Tudo bem Kylo se arrepender depois de assassinar Han Solo?

Que peso Han teve para esta trilogia? Acho que nada. E Kylo retornou com a máscara, ele não tinha superado este aspecto no outro filme?

Falando de outros personagens, a paixão entre Rose e Finn simplesmente foi jogado no lixo. E por que Poe era na verdade um contrabandista? Foi uma tentativa de criar um “novo” Han Solo?

Rey já era bastante forte, por que colocá-la como melhor piloto que Poe? Ele faz isso por mais tempo, não fez sentido.

E gente, era massa a Rey NÃO ser especial, ela ser do povo, PARA QUE ELA PRECISA SER NETA DO PALPATINE?

Quem aí consegue imaginar Palpatine tendo descendentes? Claro, não é impossível um Sith ter filhos, mas para mim fazia mais sentido O MAIOR VILÃO DA HISTÓRIA DO CINEMA não estar preocupado em gerar descendencia.

Será que só eu imaginei isso, será que só eu achei bizarro Palpatine, como Imperador, tendo um filho?

Outro detalhe, sugar o poder de alguém faz sentido? Claro, é ficção cientifica, é fantasia, mas essa capacidade do Imperador em sugar a força de outra pessoa…

Mas a parte que mais chamou atenção foi O BEIJO. Essa cena foi tão sentida na sessão onde eu estava que, quando Rey e Kylo se beijaram, a plateia soltou um sonoro: URRGH!

Em que momento da Trilogia Sequela foi construído a possibilidade deles se apaixonarem?

Para você, nesse mar de escolhas ruins, fez sentido a Rey adotar o sobrenome Skywalker?

(Eu não duvidaria que aquela senhora no final seja, na verdade, avó de Rey. Na verdade, isso faria bastante sentido)

Não mexa com esse senhor!

Conclusão

A Disney sabia que a reação entre os fãs seria ruim. Por isso, distribuiu uma pesquisa de satisfação ao final de algumas sessões. Eu respondi a pesquisa.

O clima estava tão ruim na época, que um executivo da Lucasfilm, que faz parte do time de criação das histórias, fez pouco caso de um fã que o questionou sobre um acontecimento não cânone do cinema.

Matt Martin relativizou a demanda do fã, o que acabou se estendendo por todo o fandom. Confira:

“[1º tweet]: Para resumir: existe uma razão pela qual precisamos saber internamente [da Lucasfilm] o que é ou não cânone, para que possamos manter uma linha oficial da narrativa o mais alinhada possível, mas isso não significa que os fãs não podem escolher o que eles preferem aceitar como verdade.

[2º tweet]: É tudo de mentira de qualquer forma, então você pode escolher o que quiser que faça parte da história.”

Será que eu estou errado? Será que eu levo Star Wars a sério demais? Será que errei ao projetar sentimentos, desde a infância, numa franquia que não se importava com o que representava para os fãs?

Será que eles estão certos?

Outra coisa, essa fala de Martin relativiza todo o trabalho da crítica sobre Star Wars. Como é tudo falso, por que dar importância? Então devo deixar de lado e procurar outras franquias e produções mais importantes?

Você concorda com o que eu escrevi nestes artigos? Deixe nos comentários!

*com informações do Nerdbunker.

Sair da versão mobile