De acordo com vários críticos do cinema, Tata Amaral é uma das cineastas mais importantes do cinema nacional, desde a década de 90. A cineasta gosta de fazer trabalhos que envolvem dramas sociais e políticos.
Além disso, também é responsável por dar voz as mulheres através de suas protagonistas, o que contribui para o resgate da memória do país. Ficou interessado para conhecer mais sobre essa cineasta? Então continue lendo!
A importância de Tata Amaral no cinema
Márcia Lellis de Souza Amaral é o nome de batismo de Tata Amaral, que nasceu dia 19 de setembro de 1960. Tata estudou no Colégio Equipe, em São Paulo, quando tinha por volta de 18 anos, casou e entrou para uma organização de esquerda.
Ela também teve uma filha e um tempo depois, o marido faleceu em um acidente de carro. Tata então foi aprovada nos vestibulares para jornalismo e história na Universidade de São Paulo.
Porém, como não havia concluído ainda o segundo grau, ela não pôde fazer nenhum dos dois. Por volta de 1982, fez supletivo e frequentou as aulas do curso de cinema na Escola de Comunicações e Artes de São Paulo.
Foi durante esse período que conheceu o professor Jean-Claude Bernardet, que alguns anos mais tarde viria a se tornar o seu parceiro em muitos roteiros. Entre os anos de 1986 e 1994, Tata fez diversos curtas, alguns em conjunto com Francisco César Filho, seu companheiro.
O cenário era propício, tendo em vista que as salas de cinema deveriam exibir curtas nacionais antes dos filmes estrangeiros. Entre os seus trabalhos, dois acabam tendo mais destaque, Mude Seu Dial: Um Rádio-Clip com as Ondas do Ar de 1986 e Viver a Vida de 1991.
Na época, Tata recebeu prêmios em vários festivais e amostras internacionais. A cineasta participou de forma ativa no que ficou marcado na história do cinema do país como Primavera do Curta Brasileiro.
Além disso, a cineasta também produziu uma série de videoinstalações, e ganhou destaque por ousar em linguagens. Contudo, a partir de 1991, o cinema brasileiro teve um declínio e começou a passar por um momento difícil, com a extinção da Embrafilme.
Sucesso no cinema internacional
Foi apenas por volta de 1996, ao realizar o seu primeiro longa, que a cineasta ganhou o destaque merecido.
Um Céu de Estrelas, foi um grande sucesso tanto aqui no Brasil, quanto em outros países. O filme foi tido pela crítica como um dos filmes brasileiros mais relevantes da década.
Em 2006, junto com a sua filha, Tata Amaral criou a produtora Tangerina Entretenimento. No mesmo ano, lançou o filme Antônia, que mais tarde, gerou a série de mesmo nome.
A série, produzida pela O2 Filmes e exibida pela Rede Globo, continuou a história do filme. Com duas temporadas exibidas entre 2006 e 2007, foi indicado até mesmo ao prêmio do Emmy Internacional.
Nesse mesmo ano, Tata escreveu e publicou o seu primeiro livro, Hollywood: Depois do Terreno Baldio. Dois anos após, lançou uma minissérie, chamada Trago Comigo, que disputou a 4 prêmios no Prêmio Qualidade Brasil.
Por volta de 2016, lançou a história como um longa, com cenas inéditas. Nos dias atuais, o seu trabalho mais recente é a série As Protagonistas, que narra a história do audiovisual brasileiro a partir de cineastas mulheres.
Melhores filmes de Tata Amaral
É possível notar nos filmes de Tata Amaral assuntos como dramas sociais e políticos. A cineasta busca preservar em suas obras a memória da luta política de grupos sociais aqui no Brasil, ainda mais das mulheres, as quais ela usa como personagens centrais de suas tramas.
Além disso, também é notável que Tata Amaral tem certo interesse em narrar tragédias. Após Um Céu de Estrelas, ela ainda continua a estudar a respeito da estrutura trágica, e qual a relação entre o velho e o novo.
Um Céu de Estrelas (1996)
Quando Dalva, uma cabeleireira que trabalha na periferia de São Paulo ganha uma passagem para os Estados Unidos, o seu namorado prende-a em casa para não ir. Porém, a ação acaba por chamar a atenção da imprensa e da polícia, que cercam o local enquanto ambos discutem.
Antônia (2006)
Quatro amigas decidem formar um grupo de música para conquistar o sucesso que tanto desejam. Embora o sonho delas, aos poucos, se torna realidade, elas ainda precisam lidar com a violência do cotidiano, machismo e a pobreza.
Trago Comigo (2016)
Telmo era um membro da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. No entanto, acabou sendo preso e depois exilado, até que tornou-se um diretor de teatro de São Paulo.
Ao perceber que não se lembra do período que passou como clandestino e de como ocorreu sua prisão, ele decide fazer uma peça no teatro. O seu objetivo é tentar lembrar-se de tudo que por anos tentou esquecer.
Através da Janela (2000)
Selma vive, junto com seu filho de 24 anos, em uma casa que foi deixada por seu marido que faleceu. Ambos são bem próximos, até que a rotina deles começa a ser perturbada pela mudança de comportamento do filho.
Selma desconfia de que a mudança seja por causa de uma namorada e teme perder o afeto do filho.
Sequestro Relâmpago (2018)
Matheus e Japonês são dois jovens que se unem para fazer diversos sequestros em uma noite na cidade de São Paulo. A primeira vítima de ambos é Isabel, de 21 anos, quando está saindo de um bar.
Eles tentam encontrar um caixa eletrônico que esteja funcionando antes que o dia amanheça. Enquanto isso, eles mantém Isabel como refém e dirigem pela cidade enquanto decidem o que fazer com Isabel.
Créditos Finais
Tata Amaral é um dos nomes mais importantes para o cinema brasileiro, embora poucos conheçam as suas obras. A diretora com gosto por histórias trágicas, além de abordar assunto sociais e políticos, tem feito uma contribuição importante para o cinema.
Fato é que merece mais reconhecimento por obras envolventes e apreensivas, como podemos observar por meio de sua visão. E você, já assistiu algum filme da diretora? Qual a sua opinião sobre eles? Então, não esqueça de deixar o seu comentário!