Quais são as principais características do cinema de Sofia Coppola? E quais são os principais temas em seus filmes?
Sofia Coppola começou sua carreira como atriz, o que não durou muito.
Foi quando ela adaptou o livro As Virgens Suicidas, em 1999, para o cinema que veio o seu reconhecimento.
Desde o começo de sua carreira como diretora, Sofia Coppola escreve seus filmes ou colabora com o roteiro. O que dá mais controle criativo sobre os eles.
Temas principais
Os temas centrais em sua filmografia são questões emocionais de seus personagens. Como eles se enxergam e como eles se relacionam com o mundo. O que eu senti quando assisti seus filmes, é que a diretora busca despertar a empatia do espectador.
Por exemplo em As Virgens Suicidas. As dores e os prazeres, cerceados por pais autoritários, da adolescência podem se comunicar facilmente.
Já em Encontros e Desencontros, Sofia Coppola busca discutir sobre as expectativas sociais que temos de nós mesmos e dos outros. No filme, os personagens principais estão numa espécie de limbo emocional, o que não necessariamente é uma tristeza, mas uma desconexão com as outras pessoas.
Eu achei interessante a ligação que é criada com o título original do filme. Lost in Translation, é um termo usado quando uma tradução, mesmo que correta, perde parte do sentido.
Para mim, é como se os personagens tentassem por em palavras o que estão sentindo mas não conseguissem. Por isso Bob e Charlotte se entendem.
Em Um Lugar Qualquer (2010), o personagem Johnny está anestesiado sentimentalmente.
Mergulhado numa vida que Hollywood pode proporcionar para atores famosos, ele é mostrado como alguém que está no piloto automático. Até que a vida impõe para ele passar mais tempo com sua filha de onze anos, o que faz com que repense seu modo de viver.
A conexão emocional, entre pai e filha, também está presente em seu mais recente filme On the Rocks. Aqui, Felix e Laura terão que resolver o que sentem um pelo outro, ao mesmo tempo que partem para uma investigação matrimonial.
Nesse filme, Sofia Coppola confronta a visão antiquada de ser homem propagada pelo machismo. Mas é um confronto brando, sem deixar marcas profundas em quem assiste.
Créditos Finais
Aliás, Sofia Coppola é comedida em todas as discussões que traz em sua obra. O que diz muito sobre seu estilo. E isso não necessariamente é ruim.
Com exceção de As Virgens Suicidas e O Estranho que Nós Amamos (2017), que trazem situações mais fortes, sua filmografia é delicada e agradável.
Deixe aqui nos comentários qual seu filme favorito da diretora.
O meu é Maria Antonieta (2006) que foi muito criticado. Por ser um filme de época e que usa como trilha musical obras da atualidade. Para mim isso não é um erro, traz uma outra maneira de enxergarmos a história; deixando o filme muito mais atraente.
Assista também um vídeo que fizemos sobre o assunto: