Coletivamente conhecidos como Archers, Powell e Pressburger produziram alguns dos filmes mais notáveis e prestigiados que foram lançados por volta da Segunda Guerra Mundial.
Ambos conheceram-se através do produtor e diretor britânico, Alexander Korda, que os contratou para trabalhar em um de seus filmes.
A partir de então, Michael e Emeric conectaram-se imediatamente e iniciaram uma parceria que resultaria no nascimento de sua produtora, The Archers, além de diversos filmes prestigiados dessa dupla considerada como uma das mais criativas do cinema.
Ficou curioso para conhecer um pouco mais sobre os diretores e quais são os seus principais filmes? Então continue lendo esse conteúdo!
A história de Michael Powell
Michael Latham Powell nasceu no dia 30 de setembro de 1905, em Beckesbourne, no condado de Kent.
Powell entrou na indústria cinematográfica por volta de 1925, quando conheceu o produtor americano, Rex Ingram, que convidou Michael para ir trabalhar com ele nos Estados Unidos.
Assim sendo, Michael aceitou o convite e trabalhou durante seis anos como assistente geral de estúdio, uma espécie de faz tudo, até progredir e realizar trabalhos mais notáveis.
Alguns anos depois e o inglês retornou à Inglaterra em meados de 1928, onde realizou uma série de contribuições para outros diretores, incluindo o próprio Alfred Hitchcock, colaborando com o famoso cineasta nas filmagens de Champagne e o primeiro filme sonoro inglês, Chantagem e Confissão, desse modo os dois iniciaram uma amizade que perdurou até o resto da vida de Hitchcock.
A partir de então, o diretor assumiu algumas responsabilidades de direções em filmes, porém, não foi creditado nessas produções.
Somente teve o seu primeiro crédito na tela como diretor em Two Crowded Hours (1931).
Entre os anos de 1931 e 1936, estima-se que o diretor realizou por volta de 22 filmes.
Entretanto, foi em 1937 que Powell concluiu o seu primeiro projeto, The Edge of the World.
Dois anos depois e o filme chegou a impressionar o produtor Alexander Korda, que contratou Powell como diretor.
Possuindo recursos financeiros o suficiente, Powell recebeu o trabalho de salvar um filme que estava sendo feito, O Espião Submarino, e foi então que Powell conheceu Emeric Pressburger.
A história de Emeric Pressburger
Emeric Pressburger, originalmente batizado de Imre Pressburger, nasceu no dia 5 de dezembro de 1902, em Miskolc, Hungria.
A princípio, Pressburger começou uma carreira como jornalista, mas, após trabalhar na Hungria e depois Alemanha, ele começou a escrever roteiros, por volta de 1920, para a UFA, uma das redes de estúdios cinematográficos mais importantes da Alemanha.
Entretanto, a ascensão dos nazistas ao poder, fez com que Pressburger, que possuía linhagem judaica, ser demitido pela UFA, bem como outros funcionários judeus.
Pressburger então foi obrigado a refugiar-se em Paris e depois Londres, onde continuou o seu trabalho como roteirista.
Assim sendo, chegou na Inglaterra em 1935, e dois anos depois mudou o seu nome para Emeric.
Na Inglaterra, Emeric encontrou um seleto grupo de cineastas húngaros que também estavam fugindo dos nazistas, incluindo Alexander Korda, dono da produtora London Film Productions, que o contratou como roteirista.
Ao receber o trabalho de melhorar o roteiro do filme O Espião Submarino, Pressburger conheceu o diretor do filme, Michael Powell.
Powell e Pressburger: o início de uma grande parceria
A partir de então, ambos iniciaram uma longa parceria e em 1940 fundaram a sua própria companhia, The Archers, responsável pela produção de diversos títulos, alguns sendo muito bem recebidos pela crítica e o público, outros nem tanto.
Desse modo, alguns filmes que Powell e Pressburger produziram são considerados grandes clássicos do cinema!
Por volta de 1950, ambos decidiram seguir caminhos separados, todavia, continuaram amigos muito próximos.
Emeric Pressburger faleceu no dia 5 de fevereiro de 1988, aos 85 anos. Dois anos depois, faleceu Michael Powell, no dia 19 fevereiro de 1990, aos 84 anos.
Os filmes mais marcantes de Powell e Pressburger
Os Archers, como se denominavam, realizaram uma série de filmes clássicos que possuem um lugar especial na história do cinema.
É praticamente impossível definir um único tema abordado em suas obras, pois a dupla trabalhou com temáticas tão díspares que seria considerado um crime os categorizar por algo em específico, embora os seus trabalhos sejam rapidamente reconhecíveis por olhares mais atentos.
Certa vez Michael Powell afirmou que fazia filmes para ele mesmo, e que espera que a maioria das pessoas entenda o que ele expressa. Mas quanto ao resto, isso seria problema deles.
Assim sendo, os filmes da dupla possuem uma estética única e inigualável, estando sempre entre o realismo e a fantasia expressionista, que vão desde melodramas, como épicos históricos e até mesmo musicais.
Principais Filmes
- A Canterbury Tale (1944): Três indivíduos ao chegarem em uma pequena vila chamada de Canterbury, notam que estranhos casos acontecem nesse lugar, e os três se unem para investigar os ocorridos.
- Os Sapatinhos Vermelhos (1948): Vicky Page é uma aspirante a bailarina, que acaba apaixonando-se por Julian Craster, entretanto, o seu empresário exige de Vicky total dedicação ao balé, onde Vicky acaba ficando dividida e precisa escolher entre a sua carreira como bailarina ou o seu amor por Julian.
- Narciso Negro (1947): Um grupo de freiras lideradas pela jovem irmã Clodagh, recebem a missão de viajar até o Himalaia e estabelecer um novo convento. Entretanto, em meio a uma região um tanto quanto hostil e um povo em sua maioria não cristãos, as freiras trabalham dando aulas e oferendo atendimento médico. Todavia, a presença de um homem, acaba provocando uma série de problemas para as freiras.
- Coronel Blimp – Vida e Morte (1943): Esse filme segue a história de Clive Candy, um veterano da Guerra dos Boers e também da Primeira Guerra Mundial. Clive é um militar experiente que preza por valores e princípios que estão sendo perdidos, como o cavalheirismo, honra, nobreza e cordialidade. Entretanto, Clive não consegue entender que o mundo está mudando, e que seguir os seus princípios é totalmente antiquado durante a Segunda Guerra Mundial. Todavia, mesmo após perder a sua mulher para um alemão, Clive se mantém totalmente fiel aos seus valores.
- Neste Mundo e no Outro (1946): Durante a Segunda Guerra Mundial, o avião do piloto Peter Carter é abatido. No entanto, antes de cair, Peter entra em contato com June, uma operadora de rádio da Força Aérea por quem ele se apaixona. Peter salta esperando pela morte iminente, todavia, a morte não chega para buscá-lo.
Créditos Finais
Sem dúvida, Powell e Pressburger são considerados como uma das melhores duplas cinematográficas.
Os Archers compartilhavam da mesma visão de cinema e por isso a parceria entre ambos era tão forte e ao mesmo tempo surreal, que resultou em diversas obras-primas fantásticas e inigualáveis.
Powell e Pressburger eram maravilhosos, mágicos, criativos, emblemáticos, e por isso os seus nomes, bem como suas obras, viverão para sempre.
Por fim, o que você achou sobre essa dupla de diretores? Já assistiu algum filme deles? Então deixe um comentário a respeito desse conteúdo!