Por Dentro da Tela

Os melhores filmes para assistir no Halloween

Com o Halloween se aproximando eu não poderia deixar de fazer uma coluna falando sobre um dos meus gêneros favoritos: terror!

Poucas coisas são mais satisfatórias de assistir do que um filme de terror bem feito, mas em meio a tantos clichês e fórmulas que já foram utilizadas a exaustão nesse estilo de filme, temos algumas joias raras que acabam se perdendo a tantos filmes que, geralmente, não saem do lugar comum.

Portanto, nessa coluna especial de Dia das Bruxas, vou deixar aqui algumas dicas de filmes de terror muito bem feitos e subestimados que talvez a grande maioria não tenha assistido.

Ecos do Além

Filme de 1999 dirigido por David Koepp.

Em Ecos do Além, nosso protagonista Tom Witzky (Kevin Bacon) é um homem que não acredita no sobrenatural, mas que decide permitir que sua cunhada esotérica, Lisa, o hipnotize.

Após a hipnose, Tom passa a ter alucinações cada vez mais vívidas e preocupantes sobre uma adolescente desaparecida chamada Samantha.

Obcecado por descobrir a origem das visões, Tom arrisca a própria vida tentando descobrir o que aconteceu com Samantha.

Como sempre, Kevin Bacon lidera o filme com o carisma e talento que já esperamos dele, de forma que ficamos investidos em sua jornada logo de cara.

Tom é um pai de família comum que está um pouco frustrado com a própria vida apesar do relacionamento amoroso que tem com a esposa e o filho.

Portanto, as visões que começa a ter de Samantha, apesar de perturbadoras, acabam por lhe dar um propósito.

Além dele, seu filho, Jake, também consegue se comunicar com Samantha, fato que leva a uma das sequências mais tensas do filme onde Jake desaparece de casa e Tom e a esposa saem pela cidade em sua procura, além de também permitir alguns momentos muito engraçados com o garoto que, ao contrário dos pais, não vê problema nenhum no sobrenatural e tem uma atitude bem relaxada com relação a tudo.

Os sustos são pontuais e muito bem utilizados ao longo da história, não são uma muleta ou usados em excesso como na grande maioria desses filmes, e a forma que o filme encontra de demonstrar o que está se passando com Tom é muito inteligente, de forma que somos inseridos no meio da experiência.

Ecos do Além é um filme simples, mas que cumpre seu propósito, com personagens e relacionamentos bem construídos numa história assustadora e muito bem montada.

Revelação

O diretor Steven Spielberg é um dos produtores executivos de Revelação.

Revelação conta a história de Claire (Michelle Pfeiffer), uma mulher casada e com uma filha que acabou de ir embora para a faculdade.

Devido ao trabalho exigente do marido e com a filha longe, Claire fica sozinha em casa durante a maior parte do tempo até que começa a ver a presença de uma mulher pela casa.

Revelação é o tipo de filme que você tem vontade de assistir várias vezes mesmo já sabendo todos as reviravoltas, várias por sinal, mas todas muito bem desenvolvidas e utilizadas.

Michelle Pfeiffer está muito bem como Claire, uma mulher que pode ou não estar perdendo a razão, o que deixa o espectador em constante dúvida sobre o que está realmente acontecendo.

Harrison Ford que interpreta Norman, o marido de Claire, também merece destaque.

Robert Zemeckis, o diretor do longa, faz um bom trabalho em utilizar a casa vazia para criar uma atmosfera inquietante, ao mesmo tempo em que o local nos causa aquela sensação aconchegante que só uma casa de classe alta de Hollywood é capaz de reproduzir.

Os momentos assustadores não fazem uso do jump scare para funcionar e a prova disso é uma sequência em particular que vai ficando cada vez mais perturbadora onde Claire começa a agir de forma extremamente peculiar, inclusive assustando o marido.

Destaque para Michelle Pfeiffer nesse momento que acaba se tornando ainda mais assustadora que a aparição que a atormenta devido a sua escolha de interpretação que, apenas com o olhar, deixa a personagem totalmente imprevisível.  

Além disso, o filme tem uma boa quantidade de noites chuvosas, fazendo dele uma ótima pedida para aqueles dias nublados onde só o que queremos é ficar embaixo do cobertor.

Tem coisa melhor do que terror confortável?

Assim na Terra Como no Inferno

Com a permissão das autoridades francesas, o filme foi rodado nas verdadeiras catacumbas de Paris.

Um grupo de arqueólogos liderados por Scarlett (Perdita Weeks) vai em busca de um tesouro perdido no labirinto de ossos que são as catacumbas abaixo de Paris.

Após encontrar o tesouro, o grupo não consegue fazer o caminho de volta para a saída e acaba se perdendo em um local que vai muito além do que parece e que quer testar a sanidade de todos de forma cruel, trazendo seus demônios à tona.

Assim como Ecos do Além, esse também é um filme simples com uma história bem montada e que cumpre o seu propósito.

O cenário das catacumbas por si só já contribui para criar uma atmosfera sinistra constante.

Somado a isso temos todos os percalços bem criativos que os personagens são obrigados a enfrentar, ao longo do percurso, que vai ficando cada vez mais sombrio e aterrorizante a medida que vão se embrenhando pelo labirinto subterrâneo.

Ao contrário da maioria dos filmes de terror envolvendo jovens, esses não são estúpidos.

Pode-se dizer que a decisão de caçar um tesouro nas catacumbas de Paris por si só já pode ser considerada uma ideia bem estúpida, concordo, mas esse é o motivo pelo qual o filme acontece, então vamos deixar passar.

O que quero dizer é que os personagens não têm aquelas atitudes absurdas que fazem a gente ficar gritando com a tela na esperança de que eles de alguma forma nos ouçam e utilizem um mínimo de bom senso.

Além disso, temos em Scarlett uma ótima protagonista que chega a ser inconsequente de tão corajosa, mas cuja inteligência, entusiasmo e pensamento rápido são tão cativantes e divertidos de assistir, que é impossível não torcer por ela durante o filme todo.

Ela é aquele tipo de personagem único que você sabe que vai conseguir resolver qualquer parada se estiver presente.

Se você está em busca de um filme que vai te assustar e te deixar perturbado por alguns dias, mas feliz com isso, Assim na Terra Como no Inferno foi feito sob medida para você.

A Última Profecia

Baseado no livro The Mothman Prophecies, de John A. Keel.

A história segue John Klein (Richard Gere), um repórter que pesquisa a lenda do Homem-Mariposa.

Ainda abalado com a morte de sua esposa dois anos antes em um misterioso acidente, Klein é enviado para cobrir uma notícia e acaba inexplicavelmente em Point Pleasant, West Virginia, onde aconteceram avistamentos do tal Homem-Mariposa e outros fenômenos inexplicáveis.

Assisti A Última Profecia quando tinha 15 anos e posso dizer que me rendeu algumas noites mal dormidas.

O filme é baseado em eventos que supostamente ocorreram entre novembro de 1966 e dezembro de 1967 em Point Pleasant.

A ideia dessa criatura ser real por si só já é arrepiante e o filme faz um ótimo trabalho em apresentá-la como um ser aparentemente onipotente cujas intenções são tudo menos claras.

As experiências de cada um dos personagens com o suposto Homem-Mariposa ao longo da narrativa são construídas de forma a causar um gelo absoluto na boca do estômago.

Ao contrário do jump scare, aqui o desconforto vai surgindo e se instalando aos poucos, e se recusa a ir embora depois que o filme acaba.

Assista a noite com as luzes apagadas e não atenda o telefone nem que sua vida dependa disso.

Contatos de 4° Grau

O título original The Fourth Kind é uma referência ao trabalho do cientista J. Allen Hynek envolvendo a descoberta de objetos extraterrestres.

O desaparecimento de pessoas em uma pequena cidade do Alasca desperta a atenção de um estudioso, que acaba misteriosamente assassinado.

Sua esposa, a psicóloga Abigail Tyler (Milla Jovovich), passa a observar evidências de abdução alienígena por meio de filmagens obtidas durante sessões com seus pacientes.

Após outro caso de morte, o xerife August (Will Patton) passa a considerá-la suspeita, dando início a um intrigante e assustador jogo de perguntas e respostas sobre deuses e alienígenas através das sessões de hipnose.1

Antes de mais nada quero esclarecer que esse filme não é de forma alguma um filme bom, mas ele é sem dúvida alguma absolutamente aterrorizante.

Na época em que foi lançado ele foi vendido como uma história real e ao longo do filme são mostradas imagens de várias filmagens amadoras que supostamente seriam os vídeos das sessões de hipnose reais entre a Dr. Tyler verdadeira e seus pacientes.

Além de uma entrevista com a própria que aparece no final do filme.

Acreditando piamente em tudo o que me foi passado pela equipe de marketing da época, esse filme garantiu que eu passasse algumas noites em claro, tendo certeza de que seria abduzida a qualquer momento.

Foi só depois de descobrir que a suposta veracidade da história foi apenas uma jogada de marketing, que as imagens amadoras foram 100% construídas para o filme, e que a suposta verdadeira Abigail que aparece nelas foi interpretada por uma atriz, que eu consegui ter paz novamente.

Veja bem, o meu medo e fascinação por alienígenas vem de longe, então não precisa de muito para que eu tenha que dormir com a luz acesa quando se trata desse assunto.

Mas o filme, apesar de hoje reconhecer o quanto ele é absurdo, é surpreendentemente eficiente na construção dessas sessões de hipnose que causam um frio na espinha, mesmo depois de já saber que a história é totalmente fictícia.

Destaque para uma cena onde Abigail pede para que sua secretária transcreva uma gravação de áudio que ela realizou na noite anterior e a secretária volta, alguns minutos depois, completamente aterrorizada com o que ouviu.

Intrigada e sem entender o que poderia ter assustado tanto a moça, Abigail coloca a fita para tocar. Assista o filme se tiver coragem para saber o que ela escuta.

1sinopse retirada do Google.


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