Mario Bava | A base dos filmes slasher

Mario Bava é, sem dúvida, um dos grandes expoentes dos filmes de horror e um dos maiores diretores do cinema italiano da Era de Ouro.

Hoje é um dos cineastas mais cultuados e que tenha servido de inspiração para outros grandes diretores, incluindo Tim Burton, Quentin Tarantino e John Carpenter. Porém, em sua época, Bava era um tanto quanto incompreendido, justamente por estar à frente de seu tempo.

Bava foi um dos responsáveis por fundar o gênero de terror italiano “giallo” que, então, tornou-se uma grande referência e estabeleceu a tão conhecida base dos populares filmes estadunidenses entre as décadas de 70 e 80, conhecidos como o subgênero “slasher”.

E você, já ouviu falar sobre esse cineasta? Caso ainda não, continue lendo para conhecer um pouco sobre a vida e carreira de Bava!

Quem é Mario Bava?

Mario Bava nasceu no dia 30 de julho de 1914, na cidade de San Remo, que fica na região da Ligúria, Itália. Bava era filho de Eugenio que, por volta de 1910 foi um escultor que foi um grande fotógrafo de efeitos especiais no cinema. Tempos depois, tornou-se um cinegrafista do cinema mudo italiano.

Mario Bava, a princípio, queria ser um pintor. No entanto, com a dificuldade em exibir as suas pinturas por um valor rentável, ele decidiu atuar no mesmo negócio que o seu pai. Sendo assim, Bava começou seu trajeto no cinema trabalhando como assistente de outros cineastas, como Massimo Terzano.

Além disso, Bava também trabalhou junto de seu pai no departamento de efeitos especiais, onde acabou aprendendo várias técnicas. Desse modo, Mario já dominava bem a profissão de operador e trabalho em uma série de outros projetos, recebendo então o título de “mestre de efeitos especiais”.

Até que Mario decidiu que gostaria de tentar carreira como diretor. Durante a Segunda Guerra Mundial, o cinema italiano estava tentando se recuperar da decadência. Nesse mesmo período, Bava trabalhou com outros grandes cineastas da época.

Por volta de 1939, filmou dois curtas com Roberto Rosselini, porém, somente em meados de 1956, que Bava estreou como diretor de um longa metragem, ao completar a filmagem Os Vampiros, considerado como o primeiro filme terror italiano pós cinema mudo.

Bava trabalhou como diretor de fotografia e operador de câmera. Mas, o diretor Riccardo Freda deixou as filmagens pela metade, Bava completou o filme em apenas 12 dias, com um resultado impecável.

Apesar de ter ganhado um certo reconhecimento por esse trabalho, foi na década de 60 que obteve sucesso em sua carreira, ao dirigir o marcante A Maldição do Demônio, que foi um grande sucesso tanto crítico quanto comercial.

Esse filme foi então o responsável por lançar a carreira de Bava como diretor.

Mario Bava e o giallo

Susy Andersen em As Três Máscaras do Terror (1963). Eugenio Bava, pai do diretor, foi o responsável por criar e esculpir a cabeça usada para o fantasma num dos contos do filme.

Ainda nessa mesma década, Bava dirigiu uma antologia chamada de As Três Máscaras do Terror (lançado como Black Sabbath em inglês). Ozzy Osbourne, um dos admiradores mais célebres do filme, batizou a sua banda com o mesmo nome.

Já por volta de 1964, o diretor conseguiu revolucionar o cinema de terror italiano com o seu clássico Seis Mulheres Para o Assassino. Além de usar elementos do cinema de Hitchcock, foi a partir desse filme que Mario estabeleceu o que seria a base para os filmes do gênero “giallo”, juntamente de outros cineastas, incluindo Lucio Fulci, Sergio Martino e Dario Argento.

Embora hoje em dia esse gênero não seja tão conhecido, foi através dos filmes “giallos” que, então, surgiu os populares “slashers”, que seguiam a mesma premissa, como por exemplo, Halloween, A Hora do Pesadelo e Sexta-feira 13.

Em 1965 e 1966, o diretor lançou duas obras-primas do cinema gótico, O Planeta dos Vampiros e O Ciclo do Pavor. No entanto, na década de 70, Mario Bava experimentou alguns fracassos, ao dirigir filmes que pouco agradaram o público e a crítica.

Quase falindo, Bava obteve certas dificuldades para financiar o seu próximo filme, Cães Raivosos. Isso porque, o projeto não pôde ser finalizado, pois o produtor sofreu um acidente e não conseguiu prosseguir com a montagem. O filme foi recuperado por volta dos anos 90, e remontado por Lamberto Bava, filho do cineasta.

Entre tantos tropeços e fracassos na década de 70, Bava dirigiu o que viria a ser o seu último filme, Schock, roteirizado por seu próprio filho. Bava foi vítima de um ataque cardíaco, no dia 25 de Abril de 1980, aos 65 anos de idade.

O Maestro do Macabro

Mario Bava ficou conhecido como Maestro do Macabro e não foi à toa. Afinal, Bava foi um dos cineastas italianos responsáveis por impulsionar o terror gótico na Itália entre a década de 60 e 70.

Em seus filmes, Bava conseguiu ressignificar o gênero terror de forma pontual, ao separar elementos e conceitos do gótico e do terror em si, com o seu objetivo de infligir medo e horror aos espectadores.

Sendo assim, diante de sua genialidade em sintetizar as fórmulas do horror e o seu talento natural em sobrepor gêneros dentro de seus filmes, o cinema de Bava tornou-se algo transgressivo e fascinante para os fãs do horror.

“Pai macabro do gótico italiano” e “criador do giallo italiano”, são apenas algumas de suas alcunhas. Devido aos seus filmes violentos e macabro, porém, com um toque de sofisticação e visual gótico.

Veja a seguir quais são as suas principais obras cinematográficas que exploram o terror e sobrenatural!

A Maldição do Demônio (1960)

Uma bruxa vingativa e o seu fiel servo retornam de suas tumbas para espalhar caos e terror entre os habitantes locais. A feiticeira planeja possuir o corpo de sua descendente, porém, terá de enfrentar o irmão da jovem e um médico.

Seis Mulheres Para O Assassino (1964)

Quando uma modelo de uma das mais famosas agências italianas é brutalmente assassinada, então, o detetive Silvestri passa a investigar o caso, até que descobre que a modelo foi mais uma das vítimas de um perigoso assassino em série.

O Ciclo do Pavor (1966)

Durante o século XIX, um médico é chamado até um vilarejo para realizar a autópsia em uma mulher que morreu de forma misteriosa. Sendo assim, o médico passa a investigar o caso por sua própria conta, até que acaba descobrindo uma terrível maldição.

Olhos Diabólicos (1963)

Nora Davis viaja até Roma para ficar na casa de sua tia, Edith. Porém, Nora testemunha o assassinato de sua tia. Então, a jovem com a ajuda do Dr. Bassi, passa a investigar o caso e descobre que um assassinato ocorreu no mesmo local tempos atrás.

As Três Máscaras do Terror (1963)

Essa é uma antologia que reúne três contos de terror independentes baseados nos contos de Aleksei Tolstoy, Ivan Chekhov e F.G. Snyder.

Créditos Finais

Sem dúvida, Mario Bava é um dos cineastas de terror mais importantes da Itália, pois foi sua genialidade, criatividade e praticidade como diretor que serviu de inspiração para uma série de outros diretores.

Até hoje, os elementos “bavianos” de suas obras continuam ressoando e servindo como uma fonte inesgotável de inspiração.

Embora aqui no Brasil o diretor não seja tão conhecido, é certo afirmar que os fãs de terror já devem ter, ao menos, ouvido falar sobre Bava. Tendo em vista que os seus métodos e conceitos abriram caminho para esse gênero crescer ainda mais.

Para quem ainda não conhece as suas obras, essa é uma obrigação! Por fim, o que achou desse conteúdo? Já conhecia esse diretor? Qual dos filmes é o seu favorito? Deixe um comentário!

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