Por Dentro da Tela

José Mojica Marins | Pai do terror nacional

Infelizmente, o Brasil não possui tantas referências quando o assunto é sobre terror. No entanto, o José Mojica Marins é considerado como o “pai do terror nacional” e uma das figuras mais importantes do gênero no país.

Amplamente conhecido como o “Zé do Caixão”, em virtude de seu personagem mais famoso, o cineasta e também ator, é sem dúvida, uma das maiores influências do terror no Brasil e as suas obras serviram e certamente ainda servem como inspiração para outras gerações.

Assim sendo, caso esteja curioso para conhecer um pouco mais sobre a vida e carreira do cineasta, continue lendo esse conteúdo!

O início da carreira de José Mojica Marins no cinema

José mojica Marins no início da carreira.

José Mojica Marins nasceu dia 13 de Março de 1936 em uma fazenda no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, filho de um casal hispano-brasileiros.

Aos três anos de idade, a família de Mojica mudou-se para os fundos de um cinema, onde posteriormente o seu pai tornou-se o gerente.

Desde a sua infância, o cineasta passava o seu tempo lendo histórias em quadrinhos e assistindo filmes na sala de projeção do cinema onde o seu pai trabalhava.

Desse modo, Mojica começou a desenvolver apreço pelo mundo das artes. Ainda criança, o garotinho costumava montar as suas próprias peças teatrais, utilizando os seus bonecos e fantasias com tecido e até mesmo papelão.

Por volta dos doze anos de idade, Mojica ganhou a sua primeira Câmera V-8, e desde então, passou a realizar diversos filmes amadores.

Que por sua vez, foram exibidos em pequenas cidades. O dinheiro arrecado era o suficiente para cobrir os gastos da produção.

Aos 17 anos de idade, fundou juntamente com um grupo de amigos a Companhia Cinematográfica Atlas.

Além disso, também criou uma escola de atores em meados de 1956. Desse modo, após a fundação de sua escola, pouco a pouco a carreira de José começou a progredir no cinema.

O icônico Zé do Caixão

Zé do Caixão em À Meia Noite Levarei Sua Alma (1964)

José Mojica Marins dirigiu o seu primeiro longa metragem em 1958, A Sina do Aventureiro.

No entanto, somente em meados de 1964 que o cineasta ganhou reconhecimento e popularidade, em virtude de uma das suas obras mais famosas, À Meia Noite Levarei Sua Alma.

Esse filme ficou marcado por ser a primeira aparição de um personagem icônico do cinema, conhecido como Zé do Caixão.

Por falta de ator, o próprio Mojica decidiu interpretar o personagem que ele mesmo criou, a ideia surgiu a partir de um pesadelo que o cineasta teve com uma criatura tenebrosa.

A partir de então, o personagem imediatamente tornou-se um fenômeno mundial e apareceu em diversos outros filmes e mídias.

E, com o passar do tempo, o criador começou a ser confundido com a criatura. Desse modo, o José Mojica Marins ficou conhecido, simplesmente, como o Zé do Caixão.

Apesar do cineasta não ter obtido tanto sucesso em solos brasileiros, as suas obras foram lançadas na Europa e nos Estados Unidos, onde ficou conhecido como Coffin’ Joe, e chegou até mesmo a ser indicado em várias premiações.

No entanto, a contribuição de José Mojica Marins para o cinema brasileiro é totalmente inegável.

Pois, mesmo com recursos escassos, o cineasta possui uma carreira em que realizou cerca de 40 produções e atuou em mais de 50 filmes.

Desse modo, é possível afirmar que o cineasta, basicamente, foi o pioneiro do gênero terror no Brasil, servindo como inspiração para diversos outros cineastas surgirem e até hoje é lembrado como uma referência do gênero.

O cineasta faleceu aos 83 anos de idade, no dia 19 de Fevereiro de 2020, após perder uma batalha árdua contra a broncopneumonia.

José Mojica Marins, o pai do terror nacional

Basicamente, a maioria dos filmes de José são de terror, não é à toa que passou a ser considerado como o pai do terror nacional.

No entanto, embora José Mojica Marins seja constantemente associado ao gênero terror, o cineasta realizou outros trabalhos em sua carreira antes de dicar-se ao terror.

Os gêneros de seus trabalhos anteriores eram bastante abrangentes, variando desde aventuras, dramas, faroestes, entre outros.

Sem dúvida, o cineasta possuía um estilo completamente único de filmar e as suas obras são repletas de metalinguagem.

Apesar de não ter conquistado tanto sucesso no Brasil durante a sua época, passou a ser mais prestigiado após as suas obras serem consideradas “clássicos” pela crítica internacional.

Assim sendo, confira a seguir quais são os principais filmes que moldaram a carreira do cineasta!

À Meia Noite Levarei Sua Alma (1964)

O Zé do Caixão é um agente funerário sádico e com crenças nietzschianas. Ele acredita que a imortalidade pode ser alcançada através da procriação, dando continuidade ao seu próprio sangue.

Assim sendo, ele e a sua mulher tentam gerar um filho, porém, a incapacidade de sua mulher em engravidar, leva o Zé do Caixão a violentar a mulher de seu melhor amigo, que por sua vez, decide se suicidar com o objetivo de retornar do mundo dos mortos e levar a alma do Zé do Caixão.

Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver (1967)

Ainda com a sua obsessão em encontrar a mulher ideal para conceber o seu filho, o cruel e amoral Zé do Caixão, juntamente de seu fiel criado, rapta seis jovens e belas moças que são submetidas a tenebrosas sessões de tortura.

Encarnação do Demônio (2008)

Após passar dez anos preso em um manicômio, o temido Zé do Caixão é enfim solto, mesmo que a contragosto de toda a população.

Ainda mais cruel e terrível, o Zé do Caixão continua a sua busca incessante em encontrar a mulher ideal para gerar o seu filho.

Delírios de um Anormal (1978)

Quando um psiquiatra é constantemente atormentado por pesadelos terríveis nos quais o Zé do Caixão tenta roubar a sua esposa para conceber o seu filho, os amigos médicos do psiquiatra buscam por ajuda do cineasta José Mojica Marins, criador do personagem Zé do Caixão.

A Sina do Aventureiro (1958)

Após o forasteiro Jaime roubar dois homens, ele é perseguido e acaba sendo baleado.

Assim sendo, Jaime é encontrado desacordado as margens de um rio por uma jovem que o resgata e o leva até a fazenda onde mora com o seu pai.

Créditos Finais

José Mojica dando entrevista.

Indubitavelmente, José Mojica Marins é um ícone do terror brasileiro, sendo constantemente lembrado por seu personagem mundialmente famoso e inesquecível, o Zé do Caixão.

Todavia, a importância do cineasta vai além da caracterização de seu personagem.

Mojica foi e ainda é considerado uma figura de extrema relevância para o terror nacional, sendo responsável por moldar e marcar esse gênero no país que, até então, não possuía grandes referências.

Portanto, o título de pai do terror nacional é merecidíssimo!

Enfim, você gosta dos filmes do diretor? Qual é a sua opinião a respeito? Deixe o seu comentário contando!

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