O famoso cineasta John Ford, conhecido por uns como Jack Ford também, é um dos maiores responsáveis pela figura do caubói americano que vemos hoje.
Isso porque boa parte de suas obras possuem o gênero western que modelaram tais personagens. Sendo caracterizados assim, pelo ideal de masculinidade americana, típica da virada do século 20.
Mas, Jack era conhecido ainda por seu temperamento forte e difícil, que por vezes, se reflete em seus longas.
Nos quais nega-se a dar ao caubói uma figura convencional de indivíduo e, sim, de ordem coletiva. Então, para saber mais sobre esse cineasta, vida e obras, continue lendo!
A biografia de John Ford
John Ford, ou John Martin Feeny como nome de batismo, nasceu em 1 de fevereiro de 1895 no Maine, Estados Unidos.
Sendo assim, descendente de neozelandeses e irlandeses, devido aos seus pais imigrantes. As suas contribuições no cinema começaram bem cedo, quando atuava junto ao seu irmão Francis, um diretor e ator.
Ainda na Era do Silêncio, ele ajudava-o como um faz tudo aprendiz nas filmagens que Francis fazia e com 13 anos, o seguiu até Hollywood.
Foi então, que começou a atuar em 1909, chegando a aparecer em vários filmes. A partir de 1912, iniciou sua carreira como diretor de cinema.
A princípio, trabalhou produzindo curtas ocidentais em nome de Thomas H. Ince e de 1914 a 1916, trabalhando em 15 das filmagens de seu irmão.
No entanto, apenas quando mudou seu trabalho para a Universal que conseguiu se desvencilhar da fama de seu irmão, passando a dirigir ao invés de atuar em filmes.
Logo, começou a criar sua reputação nesse meio através de seus westerns. Sendo que boa parte delas, eram estrelados por Harry Carey, um famoso ator do cinema mudo.
- 1924: lançava sua primeira obra-prima intitulada “O Cavalo de Ferro“;
- 1935: ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Diretor com o filme “O Delator“, junto ao estúdio da RKO. No total, a obra recebeu 6 indicações da Academia, levando 4 delas com apenas 1 para Ford. Sendo considerado na época, um dos melhores filmes americanos já feitos.
Em suas obras, vemos personagens colocados em grupos e de forma individual em meio a grandiosos cenários.
Como exemplo, podemos tirar suas gravações feitas em Utah e no Monument Valley, Arizona. Mas, John Ford era conhecido por seu jeito contraditório.
Bem como, pela falta de informações que repassava tanto para sua equipe, tanto para o elenco com o qual trabalhava.
Década de 30, o antes e pós-guerra
Já na década de 30, começaram a surgir os talkies (filmes sonoros) dos quais, ao qual atribuímos mais de 60 recursos de som dessa nova era a John Ford.
Contudo, durante a Segunda Guerra Mundial, voltou-se ao seu dever masculino. Produzindo então, filmes para unidade fotográfica do Departamento da Marinha:
- “A Batalha de Midway“ em 1942, que ganhou um Oscar de Melhor Documentário no ano seguinte.
Em 1945, Ford lança um filme sobre ainda sobre a guerra “Fomos os Sacrificados“ que mostra a derrota de tropas americanas que ocorreu nas Filipinas, pelas mãos dos japoneses.
Sua obra é considerada notória, apesar de muitas vezes o próprio diretor zombar dela. Além disso, entre o período de 1941 a 1944, Ford havia ganhado um Oscar por ano.
Já em 1952, ganhou seu quarto prêmio de melhor diretor pela Academia, com o filme “Depois do Vendaval“.
Pela metade da década de 40, Ford voltou assim, ao gênero western. Estreando “Paixão dos Fortes” em 1946, considerado um clássico desse estilo.
O filme tinha como astro, John Wayne com quem trabalhou em diversos outros longas, tal como a Trilogia da Cavalaria composta pelos filmes:
- “Sangue de Heróis“ de 1948;
- “Legião Invencível“ de 1949;
- “Rio Bravo” de 1950.
Mas, seu estado de apoteose chegou apenas em 1962 com o filme “O Homem que Matou o Facínora“ – que hoje é, por vezes, descartado pela crítica.
Os melhores filmes de John Ford
Com obras memoráveis que captavam sua forma complexa e contraditória, John Ford aborda em suas obras temas como hipocrisia e preconceito, com toque de humor e sofisticação.
- O Delator (1935): considerada sua primeira obra-prima, vemos a história de Gypo Nolan, um “judas” irlandês que delatou seu companheiro. Perseguido pela culpa e por sua desilusão amorosa, Nolan precisa lidar com as consequências de sua escolha;
- No Tempo das Diligências (1939): nesse filme de John Ford filmado em Monument Valley, Arizona, vemos John Wayne estrelando Ringo Kid. Mas, a trama foca em um grupo de 9 pessoas que buscam cruzar o território indígena por meio de carruagens. O grande conflito se encontra nas diferenças entre o grupo, que precisa confrontar seus preconceitos;
- A Mocidade de Lincoln (1939): um obra inusitada, esse filme mostra a vida de Abraham Lincoln no início de sua carreira como advogado. Encorajado por Ann Rutledg, seu primeiro amor, até que ela morre de forma trágica. Após conhecer Mary Margot, sua futura esposa, seu talento é posto à prova quando precisa defender dois inocentes da morte;
- Depois do Vendaval (1952): uma de suas obras de maior prestígio, esse longa é ambientado na Irlanda. Aqui vemos a história do casal Sean Thornton e Mary, que são atormentados pelo irmão da moça que faz de tudo para destruir sua união;
- Rastros de Ódio (1956): considerada sua maior obra-prima, esse é ainda um dos filmes americanos mais influentes da todos os tempos segundo o “New York”. No longa, seguimos Ethan Edwards, um veterano da Guerra Civil recém-chegado ao Texas, para encontrar sua família. No dia seguinte à sua chegada, o rancho é invadido por comanches que mantem irmão e a esposa dele, raptando ainda, suas filhas. O enredo se dá pela jornada por vingança junto a Martin, seu companheiro.
Créditos Finais
Podemos concluir que John Ford foi um grande cineasta de seu tempo, mas, que apesar de ser mais lembrando por seus longas western.
Também possui obras em outros gêneros mostrando todo seu talento. Apesar de hoje não ser tão lembrado quanto na época, ele já foi assim como Orson Welles, considerado um dos maiores cineastas americanos.
Recebendo assim, a alcunha de O Grande Cineasta devido aos seus clássicos complexos e fortes!
E você, qual destes filmes já viu ou gostaria de ver? Conte para nós nos comentários e compartilhe com seus amigos cinéfilos.