John Carpenter dirigiu no final da década de 70, um filme que tornou-se o responsável por popularizar nos Estados Unidos o subgênero slasher. Para quem ainda não sabe qual, estou falando sobre Halloween.
Certamente, você já deve ter ouvido falar ao menos uma vez sobre Halloween e o indômito Michael Myers.
Um dos maiores vilões de todos os tempos dos filmes de terror, que teria servido como inspiração para outros serial killers, incluindo o Jason Voorhees e Freddy Krueger.
Além de diretor, Carpenter também atuou em diversas áreas diferentes em sua carreira. Dirigindo, produzindo, roteirizando, compondo trilhas sonoras e, por vezes, até mesmo atuando.
Quer conhecer um pouco mais sobre esse fantástico diretor e quais são as suas melhores obras cinematográficas? Então não perca esse conteúdo!
Os primeiros passos de John Carpenter
John Howard Carpenter nasceu no dia 16 de Janeiro de 1948, em Carthage, no estado de Nova York, filho de Milton Jean e Howard Ralph Carpenter, professor de música.
Todavia, alguns anos mais tarde, a sua família mudou-se para Kentucky, onde seu pai foi contratado como chefe do departamento de músicas da Universidade do Oeste de Kentucky.
Desde jovem, John era fascinado por filmes, especialmente os westerns de Howard Hawks e John Ford.
Assim como também os filmes de ficção científica e terror de baixo orçamento, como O Monstro do Ártico e Planeta Proibido.
Carpenter começou a filmar os seus próprios filmes de terror com uma câmera 8 mm antes mesmo de ingressar na escola.
Já no colegial, fundou um clube de cinema e costumava dirigir curtas-metragens com a ajuda de seus colegas.
Após alguns anos, frequentou a Universidade do Oeste de Kentucky.
Em meados de 1968, transferiu-se para a Escola de Artes Cinematográficas da Universidade do Sul da Califórnia.
Onde começou a trabalhar em Dark Star, um curta-metragem de comédia e ficção científica que, posteriormente, foi transformado em um longa e lançado nos cinemas em 1974, estreando como diretor.
Dois anos após a promissora estreia de Dark Star, Carpenter realizou o seu segundo longa metragem, o Assalto à 13ª DP. O diretor recebeu total liberdade para dirigir o filme, desde que fosse de baixo orçamento.
Como um fã assíduo das obras de Howard Hawks, especialmente do clássico, Onde Começa o Inferno, Carpenter aproveitou a oportunidade para homenagear o diretor, reinventando o western em um ambiente urbano.
Apesar do relativo sucesso que obteve com os seus filmes anteriores, foi somente em 1978 que Carpenter consagrou-se definitivamente como diretor mundialmente.
O mestre do terror
Um filme de baixo orçamento (300 mil dólares), mas, que rendeu desde a sua estreia, cerca de 70 milhões de dólares.
Tornando-se um dos filmes independentes que mais lucraram em sua época. Inclusive, em 1979, foi nomeado a diversos prêmios em alguns festivais.
Sem dúvida, Halloween tornou-se, basicamente, o pioneiro dos filmes de terror slasher, popularizando em solos estadunidenses a fórmula que Carpenter utilizou em seu filme e que se tornou um estrondoso sucesso.
Os filmes que surgiram posteriormente, incluindo Sexta-Feira 13 de Sean S. Cunningham e A Hora do Pesadelo do saudoso Wes Craven, inspiraram-se na mesma premissa e seguiram as “regras” que Carpenter criou em sua obra e, principalmente, no Michael Myers.
Aliás, como é possível descrever Michael Myers? O personagem que Carpenter criou tornou-se mais do que apenas um assassino em série. Michael Myers é, sem dúvida, uma figura emblemática.
Densas nuvens carregadas de mistério pairam sobre o personagem, não nos é revelado as suas motivações.
Myers é um completo enigma, ele caminha em uma linha tênue entre o real e sobrenatural, uma representação metafórica de todos os medos mais profundos e obscuros de nossos subconsciente, assim como o bicho-papão, do qual apropriou-se do apelido. Michael Myers é a personificação do mal.
Além do personagem icônico e do suspense enervante, John Carpenter também foi o responsável por compor a magistral trilha musical de Halloween, que consegue impactar ainda mais a atmosfera lúgubre.
Desse modo, é possível afirmar que Halloween não foi somente um sucesso de bilheteria.
Mas, também serviu como uma grande influência do terror na década de 80, onde os filmes de slasher tiveram o seu ápice.
As marcas do tempo, todavia, não afetaram ou alteraram a essência de Halloween, tornando-se um clássico altamente prestigiado até os dias atuais.
O cinema de John Carpenter
Após Halloween, Carpenter continuou a dirigir outros filmes que também foram bem recebidos pelo público e pela crítica, como A Bruma Assassina e Fuga de Nova York.
Entretanto, o último filme que dirigiu foi Aterrorizada de 2010 e, até então, está afastado das telonas.
Até mesmo alguns renomados diretores como Quentin Tarantino, Neil Marshall, Robert Rodriguez, David Robert Mitchell e o brasileiro Kleber Mendonça Filho, já afirmaram que utilizaram em suas obras alguns métodos de Carpenter.
Pode-se dizer que Carpenter possui certa afeição por histórias fantasiosas e foi fortemente influenciado por diretores como Howard Hawks, John Ford, George A. Romero e Alfred Hitchcock – a influência desse último é evidente em Halloween.
Carpenter é considerado como um diretor de gênero, ele não se mantém a apenas um estilo.
Na realidade, o diretor já realizou filmes de terror, aventura, suspense, ficção científica e, por vezes, até mesmo brincou com os estilos ao misturá-los.
No entanto, sempre foi fiel ao seu universo fantástico, e nunca temeu negar os convites de grandes estúdios para dedicar-se as suas produções independentes.
Principais Filmes
- Halloween (1978): Em uma noite de Halloween, Michael Myers, um garoto de apenas 6 anos de idade, assassina a sua irmã mais velha, utilizando uma faca de cozinha. Após o trágico acontecimento, Myers permaneceu internado em um hospício. Porém, 15 anos depois, na véspera de Halloween, Michael Myers consegue escapar do local e retorna a Haddonfield, a sua cidade natal, onde inicia uma série de assassinatos e uma perseguição a jovem Laurie Strode.
- A Bruma Assassina (1980): Antonio Bay é uma cidade pesqueira que está prestes a comemorar o seu centenário. Entretanto, enquanto os cidadãos se preparam para os festejos, a cidade é tomada por uma estranha neblina misteriosa, ao passo que as vítimas de um crime que ocorreu anos atrás, retornam dos mortos para se vingar e espalhar uma onda de caos entre a população da cidade.
- Assalto à 13° DP (1976): Após sua filha ter sido assassinada a sangue frio por uma gangue, o pai da menina mata um dos integrantes, e foge para uma delegacia, em uma noite antes da delegacia ser abandonada, onde um grupo de policiais são ordenados a tomar conta de alguns criminosos. Entretanto, a gangue tenta invadir a delegacia, e o grupo dentro do local deve unir forças para sobreviverem ao ataque.
- O Enigma de Outro Mundo (1982): Um grupo de pesquisadores cientistas na Antártica são obrigados a abandonar as suas pesquisas quando são aterrorizados por uma criatura que veio de outro mundo e começa a espalhar o terror entre eles, que devem encontrar uma forma para destruir a criatura e sobreviver.
- Fuga de Nova York (1997): Por volta de 1997, Nova York tornou-se uma prisão de segurança máxima, onde é mantido os piores criminosos. Entretanto, quando o avião do preside cai em Manhattan, um herói de guerra que foi condenado, recebe a oferta de liberdade caso consiga resgatar o presidente.
Créditos Finais
John Carpenter é um profissional de múltiplas funções que, além de diretor, também é produtor, roteirista e compositor.
Entre as suas obras, Halloween é uma das melhores, sendo frequentemente mencionado em listas de melhores filmes de terror.
Assim como também ainda serve como inspiração para diversos filmes do gênero, bem como outras de suas obras cinematográficas.
Apesar de não ser tão popular, Carpenter é considerado como um dos maiores diretores de terror e ficção científica de Hollywood e, merece, sim, todo o reconhecimento possível.
E você, conhece algum filme do diretor? Qual é o seu favorito? Deixe o seu comentário!