Ingmar Bergman: conheça esse grande diretor de cinema!

Seja você estudante de cinema ou apenas um entusiasta do assunto, conhecer Ingmar Bergman pode mudar seus pontos de vista.

Por alguns críticos, Bergman é considerado um dos maiores cineastas da história. Pois, foi através dessa arte que encontrou uma forma de superar uma infância traumática.

Desse modo, seus filmes trazem diversas reflexões psicológicas em meio a cenários complexos e histórias criativas.

Seus filmes levam os expectadores a repensar variados assuntos. De modo que, assistir seus filmes se torna uma porta para redescobrir a própria vida!

Então, ao longo deste artigo irei apresentar a história do sueco e dar dicas de 5 filmes dele para assistir!

Biografia Ingmar Bergman

Monika e o Desejo (1935)

Nascido no dia 14 de julho de 1918 em Uppsala na Suécia, esse roteirista iniciou sua carreira ainda cedo no teatro de fantoches.

Juntamente com sua irmã e alguns amigos, mas, sobre sua direção. Contudo, foi apenas em 1941 que ele escreveu sua primeira peça.

Chamada “Kaspers Death” ela foi produzida no mesmo ano, sendo a então responsável por sua entrada no mundo do cinema através de Stina Bergman.

Apesar do sobrenome igual, ele e a escritora não eram parentes. Esta fazia parte da Indústria Cinematográfica Sueca e se interessou pelo seu talento dramático ao assistir sua peça.

Desse modo, ele passou a trabalhar consertando roteiros ruins de famosos escritores até escrever seu primeiro romance, Tortura do Desejo de 1944.

Foi através desse roteiro que ele iniciou sua carreira no cinema e como roteirista e diretor de filmes. Esse último só foi possível, pois, Alf Sjöberga encontrava-se ocupado para dirigir a última parte de seu filme.

Além dos mais de 50 filmes que levam seu nome, Bergman também foi CEO do Teatro Dramático Real Sueco entre os anos 1963 e 1966.

Mas, em 1976 precisou se mudar para a Alemanha após problemas fiscais. Pois, havia confiado suas finanças a terceiros.

Em 1982, retornou a Suécia para realizar seu último filme teatral chamado “Fanny e Alexander”, posteriormente se aposentando como diretor.

Assim sendo, ele passou a escrever roteiros para TV e filmes e a dirigir peças no Teatro Dramático Real Sueco. Por fim, sua morte veio em 30 de julho de 2007 enquanto dormia tranquilamente.

Infância traumática e seu estilo cinematográfico

Filho de um pastor luterano que se tornou capelão do rei sueco, este costumava apanhar e ser humilhado pelo próprio pai.

Enquanto sua mãe Karin mostrava um profundo desprezo e rejeição, se comparado ao tratamento dado aos irmãos. Apesar disso, ele sempre nutriu um amor não recíproco por ela até sua morte.

Ingmar Bergman teve nas fantasias um refúgio perfeito durante sua infância. Ou seja, era na falsa realidade que ele encontrou sua sobrevivência e um incrível dom artístico.

O que nutriu nele um gosto pelo macabro, já que durante sua vida era perseguido pelos demônios do passado, caracterizados pelo terror e pelo pânico.

Mas, que ele aprendeu a usar como combustível em suas histórias. Elas possuem traços característicos de sua rígida e religiosa educação, ao representar sentimentos de:

  • Culpa;
  • Repressão;
  • Castigo;
  • Solidão.

Além disso, ele trabalhava o erotismo sem estereótipos e de forma ampla, mostrando a humanidade em sua forma plural desnudando nossa pseudo personalidade.

Bem como, ao explorar os conceitos de impotência e violência presentes nele. Ou seja, suas obras tratavam temas delicados sobre perspectivas existenciais.

Com mais de 50 filmes assinados em seu nome e mais de 125 peças teatrais, Ingmar Bergman faz parte de uma geração cinematográfica pós II Guerra Mundial.

Em suas obras vemos um trabalho feito com afinco, temor e muito perfeccionismo. Suas histórias não se caracterizam por finais previsíveis e prazerosos.

Além das influências de sua infância, vemos diversos traços da cultura nórdica e das tradições teatrais suecas em suas produções.

O que permitiu a ele retratar a então sociedade moderna através de suas angústias materiais e existenciais – assuntos esses que ainda permanecem atuais.

Por fim, vale ressaltar o uso do flashback e interações “diretas” com o público (câmera) como técnicas essenciais em suas histórias.

5 filmes de Ingmar Bergman para assistir e refletir

O Sétimo Selo (1956)

Fanny e Alexandre (1982)

Um filme considerado autobiográfico, nele vemos a história de uma família da alta classe de Uppsala. No qual, duas crianças eram abusadas física e mentalmente pelo padrasto, o bispo local da cidade – inspirado em seu próprio pai. Ao longo do filme vemos o desenvolvimento de Alexandre que utiliza de poderes sobrenaturais para se vingar do padrasto pelos abusos sofridos. O filme recebeu quatro Oscar em 1984.

O Sétimo Selo (1956)

Considerado o filme que o consagrou internacionalmente, ele tem como base uma obra teatral do mesmo. Neste, são abordas temáticas sobre as crenças religiosas e consequências de seu enfrentamento nas quais, vemos as influências de Kierkegaard em sua composição. O filme recebeu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes e foi indicado a Palma de Ouro.

Morangos Silvestres (1957)

Mais uma obra que refletia sua vida, neste filme ele brinca com a visão de si mesmo em um futuro interpretado por Victor Sjöström. Em uma viagem de carro realizada pelo professor Isak Borg (personagem) vemos a abordagem de temas como tempo e memórias sob uma ótica filosófica. Essa obra recebeu um Globo de Ouro por Melhor Filme Estrangeiro, um Urso de Ouro no Festival de Berlim e uma indicação ao Oscar.

Monika e o Desejo (1935)

Com quase uma década de carreira, esse foi o primeiro filme que ganhou visibilidade nos Estados Unidos. Repleto de cenas com teor sexual, o filme mostra a história de dois jovens que vivem um amor de verão numa viagem de barco.

Persona (1966)

Esse filme mostra o relacionamento entre duas mulheres, uma famosa atriz que fica “muda” e sua enfermeira. Nesse filme, Ingmar Bergman brinca com os conceitos de identidade, fé e sexualidade.

Créditos Finais

Neste artigo, abordamos um pouco sobre a história de Ingmar Bergman e como ela influenciou suas obras.

Apesar de ter vivido uma vida conturbada devido a uma infância traumática. Bem como, pelos inúmeros relacionamentos e casos amorosos.

O grande roteirista sueco soube expressar suas perspectivas e questionar a vida através da arte!

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