Nascido Friedrich Anton Christian Lang, Fritz Lang foi um cineasta e produtor Austríaco, mas que concretizou sua carreira na Alemanha e em Hollywood.
Seu pai era engenheiro civil e queria que Lang seguisse a mesma carreira, no entanto, aos 21 ele decidiu se mudar para a Alemanha, onde estudou pintura e escultura.
Fritz lutou na primeira guerra mundial e boatos afirmam que fugiu somente com a roupa do corpo ao ser indicado para o cargo de chefe do cinema nazista.
Os reflexos sociais e políticos da guerra estão presentes em suas obras.
Sua estreia como diretor foi em 1919 com o filme “Halbblut”, que se encontra perdido, acerca do qual se sabe muito pouco.
Posteriormente se casou com Thea Von Harbou, uma roteirista responsável pelos argumentos de quase todos os filmes desta primeira fase da carreira.
As películas que Lang dirigiu ainda na fase do cinema mudo ficariam para a história como alguns dos maiores expoentes do expressionismo alemão.
A carreira do cineasta Fritz Lang
Sua fase expressionista se fez durante a estadia na Alemanha, onde dirigiu alguns clássicos do cinema alemão.
Junto à sua esposa, Fritz foi convidado por Adolf Hitler para produzir filmes para o Partido Nazista.
De acordo com fontes, Hitler, que era fã de cinema, decidiu convidar o casal após assistir Metrópolis.
Thea aceitou a função. Em contrapartida, Lang fugiu para Paris, onde chegou a produzir filmes antinazistas.
Em 1934, depois de ter se divorciado de Thea, emigrou para os Estados Unidos.
Já na América, começou sua fase mais incompreendida, a fase estadunidense.
A crítica unânime, que anteriormente enaltecia o talento de seus filmes alemães, agora em contrariedade dizia que seus filmes feitos nos Estados Unidos não tinham valor.
Eles argumentavam que Lang teria se vendido e subjugado aos produtores americanos, desperdiçando o seu talento em filmes comerciais.
Eles argumentavam que Lang teria se vendido e subjugado aos produtores americanos, desperdiçando o seu talento em filmes comerciais.
Só mais tarde, em meados da década de 50 se percebeu a injustiça, quando uma boa parte dessa crítica começou a reconhecer a grande qualidade da maioria dos filmes dirigidos pelo cineasta alemão em Hollywood.
Ele foi um dos primeiros cineastas a dirigir Marilyn Monroe – no filme Só a mulher peca, Clash by Night, de 1952.
Logo no final da década de 50, retornou mais uma vez a Alemanha e produziu três filmes antes de se aposentar.
Em 1963, atuou no filme de Jean-Luc Godard, “O Desprezo”.
Mais uma vez voltando aos Estados Unidos, influenciou diretores renomados como Hitchcock e Orson Welles.
Ele foi o presidente do júri do Festival de Cannes de 1964.
Em agosto de 1976 veio a falecer.
Cinco principais filmes de Fritz Lang
1 – Metrópolis (1927)
Esse filme de ficção científica foi a mais cara produção até então filmada na Europa.
Especialistas consideram um dos grandes nomes do expressionismo alemão.
Considerado controverso para a época, a bilheteria de lançamento foi um desastre, levando pouquíssimas pessoas as salas de cinema.
Na trama, uma cidade futurista chamada Metrópolis é dividida entre a classe trabalhadora e os planejadores da cidade.
Então, o filho do mestre da cidade se apaixona por uma profeta da classe trabalhadora, que prevê a vinda de um salvador para mediar a diferença entre as classes.
O filme foi inspiração para o clipe de Madonna “Express Yourself”.
2 – Dr. Mabuse, o Jogador (1922)
O drama policial foi o primeiro filme dirigido por Fritz baseado no personagem Dr. Mabuse, criado pelo escritor Nobert Jacques.
O filme mudo foi filmado em 16 quadros por segundo.
Ele narra a história de uma organização criminosa liderada por Mabuse.
Este é um misterioso psicanalista, cuja diversão é brincar com homens ricos através de técnicas de hipnose.
Ele joga cartas com os ricos, hipnotiza-os e faz com que apostem todo o dinheiro que tem. Para um último crime, eles selecionam o milionário Edgar Hull.
Como resultado, o comissário Wenk começa uma investigação para descobrir quem é o Dr. Mabuse.
É sucedido por “O Testamento do Dr. Mabuse” (1933) e “Os Mil Olhos do Dr. Mabuse” (1960).
3 – A Morte Cansada (1921)
Com três histórias inseridas em seu enredo, este filme, apesar de mudo, é rico em efeitos especiais.
Na Alemanha, o filme não teve muito sucesso por ser considerado pelos nativos “pouco alemão para seus gostos”.
Seu estilo narrativo foi influência para o cinema de Alfred Hitchcock.
Na trama que se passa no século 19, uma mulher barganha com a Morte pelo seu amante, apanhado pelo Destino.
Esta então lhe dá três chances de salvar seu amado provando que o amor existe.
Cada chance é uma das três histórias incluídas:
- Um conto de aventura tirado de “As Mil e uma Noites”, ambientado na Pérsia;
- Um romance renascentista ambientado em Veneza;
- Uma comédia ambientada na China.
4 – Harakiri (1919)
Mais um clássico do cinema mudo, o filme se passa no início do século XX no Japão.
A filha de um sacerdote budista deve seguir a tradição e se tornar também sacerdotisa.
No entanto, ela se nega e ele a obriga. Com isso, é denunciado e obrigado a cometer harakiri, um ritual ocidental onde o samurai deve se suicidar abrindo o ventre para extrair seus órgãos.
Ela então conhece Olaf, um oficial europeu, apaixona-se e se casa com ele, mas depois de alguns meses ele tem de regressar à Europa.
Ela dá à luz um filho e este, por sua vez, se casa na Europa, retornando ao Japão quatro anos mais tarde acompanhado da atual esposa.
5 – Vive-se uma Só Vez (1937)
O “policial noir” foi um dos filmes que Fritz produziu nos Estados Unidos.
Na história, um ex-presidiário é libertado graças aos esforços de sua namorada, que trabalha na defensoria pública.
Com isso, ele finalmente se vê livre, se casam e tentam viver juntos.
Principalmente em virtude do preconceito social, uma série de desastres faz com que suas vidas fiquem fora de controle.
Eddie então é demitido do emprego e condenado à cadeira elétrica por um crime que não cometeu.
Créditos Finais
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