Dee Rees | A força da representatividade no cinema

Se você fizer uma rápida pesquisa, descobrirá que Hollywood é uma indústria composta em sua maioria por homens brancos e heterossexuais, o que não é de se surpreender. Entretanto, Dee Rees é uma mulher negra que tem chamado atenção justamente por se destacar entre esse meio.

Além disso, a diretora já comprovou que possui talento, sendo a primeira mulher negra a ser indicada ao Oscar na categoria Melhor Roteiro Adaptado, por seu filme Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi.

Sem dúvida, Rees é a personificação da força de representatividade no cinema e trata sempre de abordar temas envolvendo questões étnico-raciais, de gênero e queer em seus filmes.

Continue lendo esse conteúdo para conhecer um pouco mais sobre a trajetória dessa incrível mulher e quais são os seus melhores filmes!

Dee Rees e o caminho para o sucesso

A roteirista, produtora e diretora Dee Rees

Diandrea Rees ou como é popularmente conhecida “Dee Rees”; a cineasta e roteirista norte-americana, nasceu no dia 7 de fevereiro de 1977, em Nashville, capital do Tennessee.

Enquanto trabalhava em um set de comercial, Rees descobriu que gostava daquele processo todo de produção cinematográfica, assim sendo, decidiu estudar a área para seguir carreira como diretora profissional.

Portanto, decidida a se tornar uma cineasta, Rees ingressou na Universidade de Nova York Tisch School of Arts, como uma estudante de cinema, onde o Spike Lee era o seu professor e também mentor.

Durante o tempo estudando na universidade, Rees ajudou o Spike Lee em dois filmes do diretor: O Plano Perfeito (2006) e Os Diques se Romperam (2006).

Ao passo que também trabalhou em seu primeiro roteiro, que alguns anos mais tarde se tornaria o longa-metragem Pariah (2011).

Para a sua tese de pós-graduação, Rees adaptou o primeiro ato do roteiro e o dirigiu como um curta-metragem com o mesmo nome.

Assim sendo, em meados de 2007, o seu curta-metragem foi exibido em 40 festivais de cinema ao redor do mundo todo, e recebeu diversos prêmios, incluindo o Audience Award no Los Angeles Film Festival.

O início de sua carreira

Mary J. Blige e Dee Rees em Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi (2017)

Dois anos mais tarde, em 2008, Dee Rees dirigiu o seu primeiro longa-metragem, Eventual Salvation, um documentário sobre a sua avó de 80 anos, Amma.

Logo após, contando com o auxílio de Spike Lee, Rees dirige o seu filme Pariah, em 2011, que foi desenvolvido a partir do seu curta-metragem de mesmo nome.

O filme aborda questões relacionadas a descoberta de sexualidade e os conflitos em busca de aprovação.

A própria diretora descreve o filme como semi-autobiográfico e afirmou que foi inspirado em sua experiência pessoal.

Além disso, Rees e a protagonista compartilham situações semelhantes, de quem está à margem da sociedade; excluído do convívio social, como o próprio título do longa sugere.

Devido ao enorme êxito que Rees obteve com Pária, a diretora realiza o seu próximo filme Bessie, em 2015 e que estreou na HBO.

Queen Latifah interpreta a cantora de blues, Bessie Smith, sob a direção e olhar mais maduro e desenvolvido de Rees.

O filme obteve grande sucesso pela crítica, e ganhou o prêmio de melhor filme do ano no Critic’s Choice Awards.

Entretanto, um dos mais recentes filmes da diretora, Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi, lançado em 2017, que foi o responsável por registrar a sua marca nas indústrias de Hollywood.

Além de garantir-lhe uma indicação ao Oscar, tornando-se a primeira mulher negra a concorrer na categoria de melhor roteiro adaptado na história da premiação.

Atualmente, Rees mantém um relacionamento com a poeta e escritora Sarah M. Broom. A diretora casou-se com a escritora e ambas residem no estado de Nova York.

A representatividade dos filmes de Dee Rees

Dee Rees no set de Pariah (2011)

Rees é extremamente detalhista quanto as histórias que conta e geralmente tende a buscar identificação com os personagens de seus filmes.

Certa vez, a cineasta afirmou que trabalhar para a televisão lhe garante maior liberdade de expressão e possui um espaço mais abrangente e menos desgastante em relação ao cinema.

Além disso, Rees já recusou por diversas vezes convites de estúdios para dirigir os seus filmes, pois a diretora prefere trabalhar de forma independente.

Rees utiliza o cinema como uma forma de incluir representatividade em suas obras, que abordam diversos temas delicados relacionados à classe, gênero e etnia.

Principais Filmes

1. Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi (2017): Durante a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, os caminhos de duas famílias – uma negra e uma branca – que dividem terras no delta do Rio Mississipi, acabam se cruzando. A trama segue a família McAllan, que possuem dificuldades para se adaptar à vida rural, e os Jackson, que já estão acostumados a lidar com o trabalho no campo. Uma série de conflitos relacionados a etnias, gêneros e classes sociais marcam a convivência entre ambas famílias. Ao passo que, o filho dos Jackson desenvolve uma amizade com o irmão de Henry McAllen, pelo fato de terem compartilhado traumas de guerras.

2. Pariah (2011): O filme conta o drama de Alike, uma adolescente que está descobrindo a sua sexualidade e a dificuldade que enfrenta na sociedade e com a própria família. A jovem possui problemas em decidir se deve assumir e expressar a sua sexualidade mais abertamente, ou se deve viver de acordo com os planos que os seus pais têm para ela.

3. A Última Coisa que Ele Queria (2020): Adaptação cinematográfica do romance homônimo de mesmo nome de Joan Didion.O filme narra a história de uma jornalista que deixa para trás a cobertura de uma campanha presidencial para ir até uma ilha conforme o desejo de seu pai para realizar um acordo de negócios.Porém, as coisas começam a ficar cada vez mais sórdidas e perigosas.

4. Bessie (2015): Queen Latifah teve uma de suas melhores atuações ao interpretar a imperatriz do blues, Bessie Smith. Essa cinebiografia segue o trajeto de Bessie como uma simples garota do Tennessee até atingir o estrelato e se tornar uma das principais divas da música norte-americana.

5. Eventual Salvation (2008): Um documentário sobre a avó da própria diretora. A história segue a jornada de Amma, quando retorna para Monrovia, capital da Libéria, com o intuito de reconstruir a sua casa e comunidade uma década após ela ter fugido devido à devastadora guerra civil liberiana.

Créditos Finais

Dee Rees, sem dúvidas, é uma diretora jovem e que tem conquistado cada vez mais o seu espaço na indústria de Hollywood.

As obras da cineasta abordam questões delicadas que estão presentes em nosso cotidiano, principalmente assuntos étnico-raciais e de gênero.

De fato, Rees é a força da representatividade e é exatamente isso que faz a diretora se destacar, além, é claro, de seu talento inegável.

Por fim, você já conhecia o trabalho da diretora? Qual desses filmes você tem interesse em assistir? Compartilhe a sua opinião conosco!

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