Crítica: “O Consultor” tenta, mas não consegue

E se o seu chefe fosse substituído por alguém pior? Acha impossível? Mas em O Consultor isso acontece!

A série da Amazon Studios e MGM, tenta construir um ambiente de suspense e mistério. A produção até consegue, mas não sabe como resolver seus próprios problemas.

Na crítica de hoje, explico como uma ideia interessante não teve apoio suficiente para se apoiar.

O Consultor

Acompanhe essa relação particular entre empregado e patrão, que nos faz pensar até onde iremos para seguir e sobreviver.

Um trágico acontecimento acaba com a vida de um dos maiores empresários em ascensão. De repente, sua assistente recebe no dia seguinte a visita de um estranho que, com um contrato na mão, se torna chefe do negócio.

O estranho, ou melhor, o consultor é Regus Patoff (Christoph Waltz). Sem saber de onde veio, Elaine (Brittany O’Grady) se assusta com seu novo chefe e acha estranho sua aparição repentina.

Com a ajuda de Craig (Nat Wolff), eles vasculham nas câmeras de segurança de meses atrás, o momento que Patoff abordou o fundador. Eles descobrem, de maneira assustadora, que em poucos minutos ele dominou o antigo chefe.

Dessa descoberta até o fim da temporada, Elaine e Craig investigam e se deparam com mais mistérios. Quando encurralados e sem saída, eles enfrentam Patoff.

Roteiro e Personagens

O Consultor é feliz ao construir um ambiente de suspense e mistério, os personagens vão seguindo pistas e, assim como nós, vão descobrindo coisas estranhas.

Elaine é ambiciosa. Apesar de suas aspirações, com o tempo foi perdendo a vontade de crescer. Mesmo resistindo, ela acaba caindo na lábia de Patoff.

Eu gostei de ver ela ultrapassando seus próprios limites. Infelizmente, para se firmar como uma grande gerente, Elaine foi sugestionada a usar um artifício humilhante.

Já Craig é o típico funcionário com potencial desperdiçado. Ele é criativo e um grande programador, mas está mergulhado em sua própria inação.

Apesar dele também investigar o passado de seu novo chefe, não chega perto da pressão que Elaine passou. Por isso não faz sentido ele declarar Patoff como seu inimigo.

Mesmo no episódio dos assaltantes mascarados, eles não estavam atrás de Craig.

Já Regus Patoff é o ponto alto da série. É ele que movimenta e tira os personagens da inércia, além de ser a origem dos mistérios da história.

Não tem como não pensar em Ruptura, série da Apple TV. Apesar de substancialmente diferentes, elas são parecidas no sentido de funcionários xeretarem a empresa onde trabalham.

Mas Ruptura consegue de forma satisfatória resolver e colocar novos enigmas, O Consultor não.

Aqui a série se perde um suas próprias criações e erra ao não explicar certas coisas. Tanto é, que o último episódio termina sem um grande gancho.

As perguntas que ficaram para trás talvez não sejam suficientes para trazer o público para uma eventual segunda temporada.

Conclusão

O Consultor não se destaca por sua narrativa, nem por seu roteiro. Entretanto, as atuações estão ótimas. Christoph Waltz dispensa comentários e as outras atuações estão na medida certa.

A série tem uma boa ideia, mas ao não responder certos segredos e colocar novos, sua história parece que patina. O final, já estava anunciado desde o segundo episódio.


NOTA: 3 / 5 – Regular

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Albert Hipolito

Criador do Por Dentro da Tela. É Radialista e nas produções cinematográficas sempre está envolvido na arte. Tem em Pokémon e em Star Wars suas lembranças vivas da infância.

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