Boca a Boca tem forma, cheiro e gosto de produção brasileira | Crítica

A nova produção brasileira da Netflix, Boca a Boca, toca num assunto primordial na relação entre pais e filhos.

Na pequena cidade de Progresso, alguns jovens estão ficando doentes por causa de uma bactéria que é transmitida através do beijo. Desesperados, pais e filhos terão que enfrentar seus medos e preconceitos para superar essa crise.

A série é criação de Esmir Filho (Alguma Coisa Assim), que conta com direção do próprio Esmir e da Juliana Rojas (As Boas Maneiras).

O texto a seguir é livre de spoilers.

Trailer de Boca a Boca

Forma, cheiro e gosto

O desespero de quem está com a doença em que um dos sintomas é não sentir nada

Boca a Boca conta com um elenco apurado. É difícil, para falar a verdade, encontrar atores ruins em produções brasileiras. O teatro e o cinema nacional sempre formam bons atores.

Os destaques do elenco adulto são Denise Fraga, Thomas Aquino, Bruno Garcia e Grace Passô (Temporada). Todo o elenco está muito bem, em nenhum momento a atuação é uma porta de inverossimilhança.

Isso se reflete no elenco principal. Caio Harowicz, Iza Miranda e Michel Joelsas possuem uma impressionante química em tela. Senti que facilmente qualquer um poderia levar toda a série como protagonista, mas assistir a série partilhada entre os três é ainda melhor.

A história é brasileira até a raiz. Aos poucos a escolha de situar o enredo numa cidade do interior começou a fazer sentido.

Apesar das consequências dos personagens serem micro (ou seja, impactando somente localmente), as mensagens carregadas em cada ato são macro. E isso não é só para cá.

Entre todas, a principal

Fran (Iza Miranda), Alex (Caio Harowicz) e Chico (Michel Joelsas) trazem perspectivas diferentes sobre como a trama afeta suas vidas

Para mim a mensagem principal ganha ainda mais valor quando vamos reconhecendo cada um dos problemas da trama. Os desdobramentos de cada situação absurda tem seu córtex no episódio final.

Talvez para alguns isso já estivesse claro, e para mim também de certa forma, mas quando Esmir decide deixar explicito as lágrimas são inevitáveis.

Além de tudo isso, a série não poderia ser mais atual. Com certeza algumas cenas podem atrair ou repelir a audiência, depende o quanto você está disposto a mergulhar na trama, mas é uma história que gostaria que fosse assistida por todas as idades.

Créditos Finais

Boca a Boca vale muito a pena. O número de episódios e a duração é ideal para uma maratona saudável. Já quero ver a próxima temporada!

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Albert Hipolito

Criador do Por Dentro da Tela. É Radialista e nas produções cinematográficas sempre está envolvido na arte. Tem em Pokémon e em Star Wars suas lembranças vivas da infância.

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