Akira Kurosawa | A biografia do maior cineasta japonês

Considerado um dos mais importantes cineastas japoneses, Akira Kurosawa foi um grande e influente diretor de longas-metragens.

Desse modo, seus filmes se tornam inesquecíveis por quem assiste. Uma vez que, eles abordam a cultura do oriente através de influências ocidentais.

O que fez com que ele também se tornasse uma influência nesse cenário e contribuísse para uma rica troca de experiências hemisféricas.

Essa foi tanta que até George Lucas (criador de Star Wars) se inspirou nele para escrever suas obras!

Nos filmes, Kurosawa representa muito bem a pluralidade e assuntos de sua terra natal. Portanto, ao longo deste artigo iremos mostrar mais sobre isso.

História do cineasta Akira Kurosawa

Dersu Uzala (1975).

Em 1910, no dia 23 de março, Akira Kurosawa vinha ao mundo na cidade de Tóquio no Japão, se tornando mais novo de oito irmãos.

Sua família era descendente legítima de antigos samurais. Ainda novo, Kurosawa se conectou com as artes ao se tornar um pintor de storyboard.

O que foi utilizado por ele, posteriormente, quando decidiu ingressar na carreira cinematográfica por volta de 1930.

Com apenas 20 anos, ele começou trabalhando como assistente de direção. Mas, foi apenas em 1943 que conseguiu lançar seu primeiro projeto – A Saga do Judô.

Já em 1948, quando possuía uma liberdade criativa elevada, ele lançou “O Anjo Embriagado”. Assim sendo, seu primeiro filme sem interferências do estúdio e com contribuições de Toshirô Mifune.

Dessa forma, ambos se tornaram amigos e realizaram 16 filmes juntos nas décadas seguintes.

Ao longo de quase duas décadas, o cineasta japonês aventurou-se em diversas temáticas. O que levou a estrear seu primeiro filme internacional em 1950.

“Rashomon” foi o filme que lhe trouxe reconhecimento internacional, alavancando sua carreira no ocidente.

Filmes famosos no cenário internacional

Rashomon (1950).
  • 1950: Rashomon; ganhou o prêmio principal no Festival de Cannes.
  • 1952: Viver.
  • 1954: Os Setes Samurais.
  • 1957: Trono Manchado de Sangue; uma adaptação de Shakespeare traduzida na cultura japonesa.
  • 1961: Yojimno, o Guarda-Costas.
  • 1962: Sanjuro.
  • 1970: Dodeskaden – O Caminho da Vida.
  • 1975: Dersu Uzala; Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
  • 1980: Kagemusha, a Sombra de um Samurai; filme esse que teve ajuda dos diretores George Lucas e Francis Ford Coppola.
  • 1985: Ran; uma adaptação de “King Lear”, outra obra shakespeariana.
  • 1990: Sonhos.
  • 1991: Rapsódia em Agosto.
  • 1993: Madadayo.

No entanto, essa tentativa de expressar influências ocidentais não foi tão bem aceita em seu próprio país.

Ou seja, ao se tornar referência em Hollywood sua carreira natal foi afetada. Levando aos boicotes em seu sonho de dirigir uma versão própria do filme Godzilla.

Apesar de continuar criando diversas obras incríveis, entre o final dos anos 60 e início dos 70 o cineasta passou por um momento difícil.

Sendo acometido por uma profunda depressão ele tentou se suicidar em 1970. Se tornando consagrado no ocidente, Akira Kurosawa tornou-se amigo de grandes nomes do meio, como Martin Scorsese e Steven Spielberg.

Além disso, ele passa a ser referência para cineastas hollywoodianos. Em 1995, no entanto, ele sofre um acidente em seu set de filmagens.

Passando a andar de cadeira de rodas devido a uma lesão espinhal, até que veio a falecer em 1998 com 88 anos de idade e mais de 50 anos de carreira!

Os principais temas abordados nos filmes de Akira Kurosawa são: ética, lealdade, traição, questões políticas, humanidade, sentido da vida, comodismo e verdade.

5 Filmes de Akira Kurosawa que você deve assistir!

Os Sete Samurais (1954).

Como vimos ao longo de vida de Kurosawa, esse cineasta dirigiu diversos filmes e, abaixo, listei alguns dos melhores.

Os Sete Samurais (1954)

Esse filme se passa durante o século 16 em um período feudal no Japão, onde o velho samurai Kambei passa a defender uma aldeia indefesa.

Seu dever é protegê-las dos constantes saques, juntamente com outros 6 samurais. Dessa forma, ele treina os moradores para resistirem a possíveis ataques.

O filme se passa em um ritmo pausado e poético ao som da cantoria dos samurais e das espadas nos túmulos representando a luta pela vida.

Dersu Uzala (1975)

Considerado um dos filmes mais bonitos da história do cinema, a história se passa no final do século 19.

Nele vemos a aventura de um cartógrafo e explorador russo que está na Sibéria a fim de mapear a região, dessa forma, ele conta com a ajuda de um caçador mongol.

O filme ganhou um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e teve a Rússia como financiadora.

Viver (1952)

Viver é um filme bastante articulado que mostra a percepção que temos sobre o sentido da vida e como a valorizamos.

A história nos apresenta a um burocrata que descobre estar com câncer. No entanto, ele levava uma vida focada apenas em seus interesses.

Logo, para dar um sentido a sua vida, ele constrói um playground e descobre um novo mundo de sensações.

Yojimbo, O Guarda-Costas (1961)

Focada na história de um ronin que anda pelo Japão em busca de uma ocupação, o longa é repleto de momentos cômicos em um panorama sério.

Além disso, aqui os movimentos corporais reinam e ditam o filme. Retratado no século 19, vemos ainda a rivalidade entre duas gangues.

Trono Manchado de Sangue (1957)

Século 16 no Japão, a história mostra dois samurais chamados Miki e Washizu em regresso para casa após uma batalha vencida.

No caminho, Washizu recebe de uma feiticeira a previsão de que será o Senhor do Castelo do Norte. É aí que o enredo começa e dá voz a uma adaptação oriental de “Macbeth” – Shakespeare.

O filme conta com elementos trágicos e de fantasia misturados em influências ocidentais e orientais!

Créditos Finais

Akira Kurosawa foi um cineasta japonês que mesclava a cultura asiática com influências e obras ocidentais.

Assim sendo, as características que o levaram a ganhar reconhecimento mundial. Mas, que ao mesmo tempo eram mal vistas em seu próprio país.

Em seus filmes, diversos assuntos foram explorados tendo sempre como foco a necessidade de falar sobre a humanidade.

Ou seja, como vemos e levamos a vida em meio às mudanças sofridas no caminho. Pois, ele pregava a importância do respeito e humanismo.

E você, já viu algum desses filmes indicados? Se sim, deixe sua opinião sobre o assunto e não se esqueça de se inscrever no canal do Por Dentro da Tela.

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