A Nova Hollywood de Peter Bogdanovich

Peter Bogdanovich é conhecido por suas tentativas de revitalizar gêneros cinematográficos dos anos 1930 e 1940. O cineasta também faz parte da geração de cineastas chamada de “Nova Hollywood”.

Além de cineasta, também é ator e trabalhou como crítico e historiador desde a década de 1960. Bogdanovich já entrevistou muitos nomes famosos do meio, incluindo Alfred Hitchcock, John Ford, Howard Hawks, Allan Dwan, Orson Welles e vários outros.

Peter Bogdanovich

Peter Bogdanovich nasceu em 30 de julho de 1939, em Kingston, EUA, filho de imigrantes fugitivos da Europa dominada pelo nazismo. Por volta de 1955, teve aulas de atuação com a professora e atriz Stella Adler.

Mas, no início da década de 60, Bogdanovich começou a programar festivais de cinema para o Museu de Arte Moderna de Nova York. Ele já era um cinéfilo de mão cheia, chegando a assistir cerca de 400 filmes por ano.

Graças ao seu trabalho, as obras de alguns cineastas americanos foram tiradas do esquecimento e revalorizadas. Antes de Bogdanovich seguir sua carreira como um diretor, construiu uma reputação como um crítico de cinema na revista Esquire.

Por volta de 1968, seguindo o exemplo dos críticos do Cahiers du Cinéma como TruffautJean-Luc Godard, entre outros, Bogdanovich decidiu tornar-se diretor.

Após fazer suas malas, partiu para Los Angeles com o objetivo de penetrar na indústria do cinema. Seus esforços foram recompensados quando começou a receber convites para festas e premières de filmes.

Durante uma das exibições, Bogdanovich conseguiu conversar com o diretor Roger Corman. Corman, que já havia lido um dos artigos de Bogdanovich e gostado, ofereceu a ele um emprego como seu assistente.

Começou sua carreira no cinema como assistente do diretor Roger Corman em Na Mira da Morte e Voyage to the Planet of Prehistoric Women. E não demorou para que começasse a dirigir os seus próprios filmes e documentários.

Sucesso em Hollywood

Cena do filme Na Mira da Morte (1968). O ator Boris Karloff gostou tanto do roteiro que decidiu filmar mais três dias além do combinado.

Com a ajuda de Corman, Bogdanovich dirigiu seu primeiro longa-metragem, Na Mira da Morte (1968), um thriller que foi completamente ignorado na época, mas hoje é considerado um grande clássico.

O próximo filme do cineasta, A Última Sessão de Cinema de 1971, foi um grande sucesso de bilheteria, que ganhou aclamação da crítica por sua interpretação dos costumes sexuais e mudança social em uma cidade monótona do Texas na década de 1950.

A Última Sessão de Cinema, que teve inspiração nas obras de Hawks e Ford é, sem dúvida, o melhor filme da carreira de Bogdanovich. O cineasta, com 32 anos, recebeu aclamação pelos críticos como um garoto-prodígio, aos moldes de Orson Welles.

Esse filme recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo Melhor Diretor para Bogdanovich e Melhor Filme. Mas, ganhou apenas duas estatuetas: Cloris Leachman e Ben Johnson nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator Coadjuvante.

O filme seguinte de Bogdanovich, Essa Pequena é uma Parada (1972), foi outro grande sucesso. Lua de Papel (1973), foi estrelado por sua própria filha, Tatum O’Neal, com apenas 10 anos de idade e recebeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

Esse filme marcou um dos melhores momentos da carreira de cineasta, mas aos poucos sua carreira começou a desmoronar com os fracassos que dirigiu.

Declínio em sua carreira

Daisy Miller (1974), foi o início do fim da carreira de Bogdanovich como um dos diretores mais populares da época.

Amor, Eterno Amor (1975), seu próximo filme, de acordo com os críticos na época, foi um dos piores filmes já feitos. O cineasta tentou reviver sua carreira e sucesso ao longo dos anos, mas não obteve muito êxito.

Melhores filmes de Peter Bogdanovich

Apesar de sua dívida com os cineastas do passado, Bogdanovich solidificou sua carreira como um dos maiores diretores do cinema, ao lado dos premiados Francis Ford Coppola e William Friedkin, por exemplo.

Embora tenha tido um declínio e fracasso, ao contrário dos outros cineasta da Nova Hollywood, Peter Bogdanovich ainda deixou um legado de obras primas. Os primeiros filmes de sua carreira até hoje são prestigiados.

Seguindo a visão única do diretor e com claras referências dos diretores do passado. Os gêneros envolvem comédia, romance, um pouco de ação e, claro, a genialidade do cineasta, confira abaixo quais são suas principais obras!

A Última Sessão de Cinema (1971)

Entre a 2ª Guerra Mundial e a Guerra da Coréia, dois jovens – Duane Jackson e Sonny Crawford – vivem em uma pequena cidade no Texas. Embora fisicamente tenham algumas semelhanças, mental e emocionalmente são completamente opostos.

Ambos passam uma boa parte do tempo no cinema ou no salão de sinuca. Ao passo que Duane frequenta festas de embalo e Sonny é iniciado no sexo por Ruth Popper, a frustrada esposa do seu treinador. Porém, os dois jovens compartilham um desejo em comum: Jacy.

Lua de Papel (1973)

Durante a Grande Depressão, Addie Loggins é uma órfã que fica sob os cuidados de Moses Pray, um vigarista que viaja de cidade em cidade para aplicar os seus golpes em viúvas.

Essa Pequena é uma Parada (1972)

Quatro malas idênticas, uma com joias valiosas, outra com rochas poderosas, a terceira com roupas e um dicionário e a última com documentos governamentais secretos são, acidentalmente, trocadas em um hotel de São Francisco.

Um Amor a Cada Esquina (2014)

Isabella Patterson mora com os pais e trabalha, às escondidas, como garota de programa. Ao ser contratada para acompanhar o diretor teatral Arnold Albertson, ele a surpreende com a proposta de que lhe daria US$ 30 mil caso ela largasse essa vida.

Isabella, então, aceita a proposta e passa a se dedicar ao seu grande sonho: ser atriz. Ao receber a notícia de uma audição para o papel principal de uma peça, Isabelle vai até o local. Lá reencontra Arnold e descobre sua verdadeira identidade, bem como precisa lidar com a esposa dele, Delta Simmons, que também é uma atriz.

Além disso, Isabelle e Arnold terão que lidar com Seth Gilbert, também ator, que está interessado em Delta e ameaça revelar o caso extraconjugal do diretor.

Muito Riso e Muita Alegria (1981)

Três detetives particulares de Nova York são contratados para investigar a infidelidade de duas mulheres por seus maridos. Porém, a situação fica mais complicada quando dois dos detetives se apaixonam pelas mulheres que estão seguindo e, elas, acabam virando o jogo contra eles.

Créditos Finais

O sobrenome Bogdanovich não é dos mais fáceis para lembrar ou escrever, mas é muito importante para todos os cinéfilos conhecerem. Uma vez que esse é um dos nomes mais importantes do cinema.

Apesar do declínio de sua carreira, o cineasta conseguiu construir um legado de filmes que sempre serão lembrados e apreciados.

Por fim, o que você achou desse artigo? Qual sua opinião sobre os filmes do diretor? Não esqueça de deixar o seu comentário e de compartilhar com seus amigos!

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