A Casa do Dragão garante sua sequência em uma promessa – Crítica 

Com o fim da primeira temporada de A Casa do Dragão, podemos ver que os 10 episódios na verdade são uma prequela da verdadeira guerra que virá: A Dança dos Dragões.

Lá em Game of Thrones, em várias oportunidades, somos levados a imaginar acontecimentos na história de Westeros e das casas que compõem o reino. Mesmo não lendo os livros, essa característica foi trazida das obras de George R. R. Martin para a série. Isso é muito enriquecedor, porque mostra um mundo/universo maior do que vemos em tela.

Quando Ryan Condal, showrunner e criador de A Casa do Dragão, assumiu o projeto, sentiu logo de cara o peso que é adaptar as obras de Martin. Pelo bem ou pelo mal, Game of Thrones criou milhões de fãs e aumentou o público das histórias de fantasias dos livros. Mesmo sabendo que seria uma tarefa extremamente difícil, Condal (acredito eu) se valeu do prestígio lucrativo de GoT para planejar esta primeira temporada.

Isso porque, a primeira temporada mostra pouco (ou quase nada) de grandes batalhas. Completamente compreensível, já que em GoT as batalhas épicas e marcantes vieram ao decorrer das temporadas (nesse ponto você já entendeu que a minha crítica está intrínseca à comparação das duas séries).

Mesmo assim (sem as batalhas), os dragões nos dão um tesouro visual muito rico. Poder ver e ouvir as criaturas lendárias garante, de uma maneira justa, nosso interesse pela série.

Outra característica das obras de Martin são as costuras políticas. Mesmo se esforçando para mostrar o “complicado” emaranhado de alianças em Westeros, fica longe das tramas e reviravoltas em GoT. Isto, claro, é resultado de materiais diferentes para adaptar.

Com estes dois pontos que critiquei até aqui, me faz pensar que HoD é uma versão mais “diluída” de GoT, mas tem seu mérito nos dragões e na guerra vindoura que promete ser épica. Na verdade, A Casa do Dragão complementa onde Game of Thrones não foi, e vice-versa.

Essa, para mim, parece ser uma análise simbiótica mais justa.

O que, para mim, é o “calcanhar de Aquiles” de HoD é a escolha desastrosa de uma parte do elenco. De um lado, a produção acerta com os avanços de tempo da personagem Alicent Hightower (interpretada por Emily Carey e Olívia Cooke), e da personagem Rhaenyra Targaryen (interpretada por Milly Alcock e Emma Darcy).

Nestes dois exemplos, fica claro como as personagens (que vão aumentando de maneira perceptível seu antagonismo ao longo da temporada) vão mudando e amadurecendo. Rhaenyra amadurece de forma espetacular e Alicent vai se acostumando com o peso de ser rainha.

Por outro lado, os avanços temporais com a troca de elenco dos outros personagens erram demais. Em nada se parecem e até confundem o espectador entre um episódio e outro. A pior escolha foi para o personagem Aemond Targaryen. O ator Ewan Mitchell conseguiu transmitir a postura hostil do príncipe, mas sua caracterização para um adolescente de 16 anos não cola. 

Sem mencionar as escolhas para Aegon, Laenor e os irmãos Jace e Luke, que igualmente ruins.

Eu torço para que A Casa do Dragão trace um caminho ainda mais memorável que Game of Thrones. Mas a ideia de “fica bom em tal temporada” enfraquece a força desse universo. Mesmo com os “erros”, vale a pena assistir e recomendar a série.

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Albert Hipolito

Criador do Por Dentro da Tela. É Radialista e nas produções cinematográficas sempre está envolvido na arte. Tem em Pokémon e em Star Wars suas lembranças vivas da infância.

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