Sergei Eisenstein e sua imensa contribuição para o cinema

Conhecido mundialmente como um dos maiores cineastas russo soviético, Sergei Eisenstein foi ainda um grande filmólogo de sua época (1898-1948) que contribui bastante para o cinema.

Participando assim, de movimentos importantes para a consolidação dessa arte. Em apenas 34 anos de carreira ele produziu filmes que o consagraram como o Cineasta da Revolução.

Até hoje, para muitos estudantes da sétima arte, ele se faz um exemplo e objeto de estudo que traz para o seu movimento novos discípulos.

Neste artigo, iremos explorar um pouco mais sobre sua vida. Bem como, explicar suas obras e apresentar aquelas consideradas de maior importância no meio cinematográfico!

A biografia de Sergei Eisenstein

Sergei Eisenstein.

Considerado um revolucionário, além de um grande cineasta e filmólogo pensador, Sergei Eisenstein foi ainda um professor e realizador da sétima arte.

Nascido em 23 de janeiro de 1898 na Letônia, sua família vivia um estilo de vida meio nômade, sempre em mudança. Algo que refletiu em sua vida até mesmo na maioridade.

Descendente de suecos, judeus-alemães e russos ortodoxos, ele veio de uma família de classe média e durante a Revolução de 1905 aos 7 anos, sua mãe o levou para São Petersburgo, para abandonar a família pouco mais de 5 anos depois.

Já na vida adulta, Sergei segui os passos de seu pai ao estudar engenharia e arquitetura no Instituto de Engenharia Civil de Petrogrado.

Na mesma época, juntamente aos colegas de faculdade, veio a servir na revolução juntamente com os militares. Foi então, que em 1918 juntou-se ao Exército Vermelho.

Nos anos seguintes, Sergei Eisenstein viveu em Petrogrado, Vologda e Dvinsk, seguindo para Minsk em 1920 para assumir uma posição de comando depois da Revolução de Outubro.

Ainda no mesmo ano, após aprender um pouco de japonês e viajar para tal país, ele volta a Moscou. É aí então, que ele inicia sua carreira ao trabalhar no teatro Proletkult.

Em 1924, com apenas 26 anos, ele lança sua primeira obra conhecida como “A Greve“, um filme bastante politizado. Sua obra revolucionou o cinema devido a escolha de uso de imagens.

Uma vez que, essa é feita de forma independente e arbitrária às ações, em ordem cronológica a fim de obter um impacto no psicológico do público.

No ano seguinte, trouxe “O Encouraçado Potemkin” a vida, considerada uma das mais importante obras cinematográficas. Seguindo esse sucesso, foi morar no Estados Unidos onde seus projetos não receberiam o mesmo reconhecimento.

Por fim, ao voltar para seu país ele finalmente reconquista seu prestígio em “Ivã, o Terrível” para ser logo em seguida, ofuscado pelo caos da Segunda Guerra Mundial.

Sergei Eisenstein morreu em 1948, sem concluir sua mais recente obra, que seria dividida em 3 partes, devido a um ataque cardíaco.

Sergei Eisenstein, uma filmografia revolucionária

O Encouraçado Potemkin (1925)

Dentro das 5 grandes obras de maior apelo cinematográfico de Sergei Eisenstein, três delas são considerados um marco da sétima arte e que retratam a ideia da revolução de maneira singular.

Primeiramente, iremos falar sobre elas e em seguida, apresentar outras de suas 2 grandes obras.

A Trilogia Revolucionária:

  • A Greve (1924): o primeiro filme da trilogia trata todo o desenrolar de uma revolução que ocorre em uma fábrica russa. Tendo como estopim a morte de um dos operários que havia sido acusado injustamente de roubo. Logo no início do filme, nos deparamos com uma clássica frase de Lênin que destaca a verdade por trás dessa história. “A força da classe trabalhadora é a organização. Sem a organização das massas, o proletariado é nada. Organizado, é tudo. Estando organizado significa que está unido para a ação, unido para a atividade prática”. Ou seja, no decorrer do filme vemos operários se organizando e unindo-se para a luta frente ao oportunismo e repressão da classe burguesa;
  • O Encouraçado Potemkin (1925): considerado o maior filme de todos os tempos, Sergei Eisenstein conta neste filme a história que dá origem a revolução de marinheiros que sofriam maus tratos pelos oficiais do czar. Sendo este, o Príncipe Potemkin Tavritcheski, ou o Encouraçado. Tal revolução parte dos abusos sofridos ao serem obrigados a comer comida estragada e quando em recusa, havia execuções. O filme discorre sobre as tensões que por fim, acabam gerando um motim no navio;
  • Outubro (1928): o último filme da trilogia foi lançado 10 anos após a Revolução de Outubro. Retratando então, aquilo que chamamos de personagem coletivo e a tomada de poder dos proletariados russos em 1917. Ao longo do filme vemos os conflitos existentes entre o povo e a burguesia, na intenção do primeiro grupo de tomar o poder na cidade de Petrogrado (Leningrado). Vemos assim, marinheiros, operários, guardas vermelhos, burgueses, soldados e diversas figuras reais representadas nesse clássico.

Outros títulos de Sergei Eisenstein:

  • Cavaleiros de Ferro (1938): retratando também, histórias russas esse filme se passa no século 13 e mostra a invasão de estrangeiros ao país. Quando então, o príncipe Alexander Nevsky precisa agrupar a população a fim de forma um exército que deverá conter os inimigos. A história que é baseada em fatos reais e, mostra o embate entre os cavaleiros teutônicos, invasores, contra o povo da Rússia;
  • Ivan, o Terrível – Parte I (1944): esse filme que teve Sergei Eisenstein como diretor, retrata a história do arquiduque de Moscou que se auto proclama o Czar da Rússia. Ivan IV que viveu entre 1530 e 1584, manipular pessoas de maneira única de modo a consolidar seu poder no país e restaurar a governança russa sobre territórios perdidos. Desse modo, o filme conta com uma atmosfera de conspiração e mostra ainda, o casamento de Ivan com Anastasia. Enquanto o mesmo, planeja ataques ao povo tártaro que detém até então, o poder de tais terras perdidas.

Créditos Finais

Ao longo deste artigo, vimos um pouco mais sobre a obra e vida de Sergei Eisenstein, considerado assim, o famoso cineasta da revolução.

Uma vez que, retratava em suas obras o apelo popular das massas. Rendendo inclusive, uma técnica chamada “teoria da tipagem” que se caracteriza pela escolha de atores “comuns”.

Ou seja, pessoas com tipos físicos e rostos que conseguem capturar verdadeiramente a essência popular, que era acentuado pelo não uso de maquiagens.

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