Gus van Sant é um cineasta que começou a sua carreira na década de 80 e tornou-se um dos maiores representantes do cinema independente americano.
Mas, além disso, o cineasta é aclamado por causa de sua maneira singular em filmar e, também, por ser homossexual e trazer à tona em suas obras esse tema pouco discutido.
De fato, as suas produções são bem dosadas e possuem dramas que se aproximam de nossa realidade de um modo assustador.
Assim sendo, para conhecer um pouco mais a respeito da carreira desse incrível diretor, bem como as suas principais obras, continue lendo!
A trajetória de Gus van Sant
Gus Van Sant nasceu no dia 24 de Julho de 1952 em Lousville, Kentucky.
Em sua adolescência, graduou-se no Rhode Island School of Design, onde foi influenciado pela pintura e cinema experimental.
Van Sant estava decidido a seguir carreira como um cineasta, desse modo, filmou com um baixo orçamento “Alice in Hollywood”, que nunca foi lançado.
Não muito tempo depois, o cineasta começou a trabalhar para uma agência de publicidade, onde ganhou dinheiro o suficiente para dirigir o seu primeiro longa metragem independente, Mala Noche, em meados de 1985.
O filme trata alguns temas que eventualmente se tornariam recorrentes em suas obras, como a homossexualidade.
Assim sendo, o filme recebeu uma crítica positiva e uma nomeação como melhor filme independente do ano, pela Los Angeles Film Critics Association.
No entanto, foi por volta de 1989 que van Sant passou a ter algum reconhecimento, após a estreia de seu filme Drugstore Cowboy, que foi um sucesso de crítica.
Em 1991, lançou o filme Garotos de Programa, estrelando Keanu Reeves e River Phoenix, levemente baseado nas peças de Shakespeare.
A partir de então, van Sant iniciou a sua fase em Hollywood, passando dos filmes independentes e de baixo orçamento, para grandes produções com estúdios.
Em Um Sonho Sem Limites, foi a vez de Nicole Kidman brilhar pela primeira vez como protagonista, que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz.
O caminho para o estrelato
Foi em 1997 com Gênio Indomável, estrelado por Matt Damon, que o cineasta caiu nas graças de Hollywood e da Academia.
O filme recebeu nada menos que nove indicações ao Oscar, incluindo o de Melhor Filme, diretor para Van Sant, ator para Matt Damon, e ganhou nas categorias roteiro original e melhor ator coadjuvante para o Robin Williams.
No ano seguinte, o cineasta resolveu arriscar e ousar quando decidiu refilmar o clássico irretocável de Alfred Hitchcock, Psicose, um dos suspenses mais cultuados de todos os tempos.
Na época, o diretor foi acusado de egocentrismo por fazer um remake dessa obra que não precisava de um e, por isso, sofreu um grande baque em sua carreira.
Entretanto, hoje em dia o filme tornou-se uma homenagem do diretor ao Hitchcock.
O cineasta lançou mais filmes para o cinema, incluindo Encontrando Forrester e Gerry, que receberam boas críticas.
Por volta de 2003, van Sant voltou para o cinema independente ao realizar uma de suas obras mais aclamadas do cinema, Elefante.
No Festival de Cinema de Cannes do mesmo ano, Van Sant ganhou o premio de Melhor Realizador e o filme foi o vencedor da Palma de Ouro.
Dois anos em seguida, o cineasta lançou Últimos Dias, onde homenageia Kurt Cobain em uma espécie de dedicatória para o maior astro do grunge.
Em meados de 2008, o filme do cineasta, Milk: A Voz da Igualdade, recebe oito indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e diretor para Van Sant.
Todavia, o filme ganhou os prêmios nas categorias de melhor roteiro original e melhor ator para Sean Penn, que interpreta o protagonista.
Gus van Sant e os seus dramas próximos da realidade
É inegável que o diretor Gus van Sant possui a sua maneira única de filmar.
Ele é um dos poucos dentro dessa indústria que utiliza um estilo bem autoral e na medida certa, alternando entre o undergorund e cultura de massa.
Por ser gay assumido, os temas de grande parte de suas obras estão relacionados à homossexualidade.
Além disso, é também possível perceber que o diretor gosta de retratar o submundo, a cultura urbana e a tribo dessa sociedade.
Como por exemplo, os bêbados, garotos de programas, órfãos, clandestinos, entre outros.
De algum modo, van Sant consegue transmitir um certo nível de urgência e ambiguidade, euforia e pesadelos que permeiam a fase juvenil.
Assim sendo, o diretor gosta de abordar dramas que se aproximam de nossa realidade, cheios de reflexão e personagens que passam por situações de amadurecimento.
Principais obras do diretor
Confira a seguir quais são os melhores filmes da carreira do cineasta!
Gênio Indomável (1997)
Will é um jovem que trabalha como faxineiro em uma universidade, porém, ele é muito inteligente e possui um dom para a matemática.
Desse modo, o psicólogo Sean Maguire decide direcionar Will em sua vida, ajudando-o a encontrar a sua própria identidade e a lidar com as suas emoções.
Milk – A Voz da Igualdade (2008)
No início da década de 70, Harvey Milk e seu namorado mudam-se para São Francisco.
Decidido a fazer algo importante em sua vida, Milk está disposto a enfrentar o preconceito e violência da época, buscando direitos e oportunidades iguais para todas as pessoas, sem discriminação.
Desse modo, após entrar em uma batalha política, Milk é eleito para o Quadro de Supervisor da cidade de San Francisco.
Sendo então o primeiro gay assumido a ocupar um cargo público nos Estados Unidos.
Elefante (2003)
Enquanto os alunos de uma escola estão envolvidos com suas atividades, dois amigos partem para o local, munidos de um arsenal que vinham colecionando, com o objetivo de transformar a escola em um palco de grande tragédia.
Garotos de Programa (1992)
Em meio às drogas e prostituição das ruas de Portland, vivem dois jovens: Scott que só quer envergonhar a sua família e Mike, que sofre de narcolepsia e está apaixonado por Scott.
Então, ambos embarcam em uma viagem para a Itália a procura da mãe perdida de Mike.
Drugstore Cowboy (1989)
Dois casais de dependentes químicos viajam de um lugar para outro nos Estados Unidos, roubando diversas farmácias para sustentar os seus vícios.
Porém, quando um deles morre de overdose, o líder do grupo decide que eles devem ficar limpos.
Créditos Finais
Gus van Sant é um dos cineastas mais cultuados e importantes da atualidade.
Além disso, é uma figura de grande representatividade, por retratar de forma aberta e natural a homossexualidade em seus filmes.
Com apenas duas obras, o cineasta obteve cerca de 17 indicações ao Oscar, ou seja, os seus filmes realmente são grandes obras primas.
De fato, para quem ainda não o conhece vale a pena assistir alguma obra do diretor para se surpreender com seu incrível talento.
Mas, caso já conheça algum filme de van Sant, deixe o seu comentário contando o que achou!