Mira Nair e seu olhar para as histórias marginalizadas

Mira Nair é uma cineasta que conseguiu alcançar reconhecimento na indústria cinematográfica através do trabalho e talento.

Se já é difícil encontrar espaço sendo uma mulher, então imagine uma mulher que nasceu em outro país?

A cineasta atravessou todas as barreiras impostas à ela e tornou-se prestigiada devido às suas obras cinematográficas que, inclusive, já foram indicadas a diversos prêmios.

Quer conhecer um pouco mais sobre a cineasta e as suas obras mais marcantes? Então continue lendo esse conteúdo!

A biografia de Mira Nair

Mira Nair no set de Tudo por um Sonho (1995)

Mira Nair nasceu no dia 15 de Outubro de 1957 em Bhubaneswar, Índia. Em meados de 1975, Nair ingressou na Universidade de Délhi, onde havia começado uma carreira como atriz.

Porém, se mudou para os Estados Unidos aos 19 anos de idade, após receber uma bolsa de estudos para estudar na Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, onde passou a desenvolver um certo interesse por cinema documental.

Em 1979, para a sua tese de sociologia, Nair produziu o seu primeiro documentário, Jama Masjid Street Journal, que era, basicamente, um registro sobre uma comunidade muçulmana tradicional.

Em seguida, Nair começou a produzir uma variedade de documentários, por cerca de sete anos.

Geralmente, os seus documentários retratavam as tradições e costumes da Índia, como por exemplo, Índia Cabaret (1985), e Children of a Desired Sex (1987), que era uma análise sobre a sociedade patriarcal da Índia e quais eram os seus efeitos sobre as crianças.

De documentarista a cineasta

Salaam Bombay! (1988)

A diretora estreou no cinema em meados de 1988, com o seu primeiro filme, Salaam Bombay!.

O filme da cineasta foi amplamente aclamado pela crítica, sendo nomeado para o Oscar, Globo de Ouro e ao BAFTA de melhor filme estrangeiro, além de diversos outros festivais.

O próximo filme da diretora, Mississippi Masala, também foi prestigiado como o seu antecessor, ganhando três prêmios no Festival de Veneza, incluindo o de melhor roteiro.

Após ter dirigido alguns filmes, Nair voltou a produzir documentários por volta de Agosto de 1999, com o The Laughing Club of India, que chegou a ganhar o Prêmio Especial do Júri no Festival Internacional de Programas Audiovisuais em 2000.

No mesmo ano, a diretora estreou o prestigiado Um Casamento à Indiana, que tornou-se um grande sucesso de crítica e comercial.

No ano seguinte, Nair levou para casa o Leão de Ouro no Festival de Veneza, um Globo de Ouro e o BAFTA de melhor filme estrangeiro.

Desde então, a cineasta continuou a dirigir grandes obras prestigiadas.

Um de seus filmes mais recentes é a Rainha de Katwe, que estrelou em 2016, e foi bem recebido tanto pelo público quanto pela crítica.

Além disso, Nair, uma ativista de longa data, construiu o Maisha Film Lab. Basicamente, essa é uma iniciativa cinematográfica de treinamento sem fins lucrativos, sediada em Uganda.

O projeto tem como objetivo auxiliar jovens aspirantes a diretores na África Oriental que não possuem quaisquer condições de aprender mais sobre a área.

Atualmente, a diretora vive em Nova York, onde trabalha como professora adjunta na Divisão de Cinema da Escola de Artes da Universidade da Columbia, que por sua vez, possui uma colaboração com o projeto Maisha Film Lab e fornece oportunidades para os estudantes internacionais.

As obras mais marcantes de Mira Nair

Lupita Nyong’o e Madina Nalwanga em Rainha de Katwe (2016)

Para quem já assistiu alguns filmes da diretora, certamente já deve ter notado que os seus filmes são sempre realistas e retratam a vida da forma como ela é.

Além disso, a cultura indiana e as tradições familiares, também são temas recorrentes em seus filmes, bem como a dificuldade em adaptação a novos lugares.

Ou seja, os seus filmes tendem a retratar a vida comum, com humor e tristeza, mas, que fazem que quem esteja assistindo, acabe despertando algum sentimento com as suas obras.

De acordo com a própria Mira Nair, geralmente, os seus filmes são como uma espécie de espelho de sua vida.

Basicamente, os seus filmes refletem a forma como ela vive a sua própria vida. Um Casamento à Indiana e Nome de Família são alguns bons exemplos, segundo a própria diretora.

Principais Filmes

  • Salaam Bombay! (1988): Em meio a traficantes, prostitutas, e uma série de problemas com a polícia, um grupo de crianças busca sobreviver nas ruas pavimentadas de Mumbai. Dentre eles está Krishna, um menino que foi abandonado pela própria mãe, com ordens de voltar para casa somente após conseguir 500 rúpias, para pagar a bicicleta quebrada do irmão. O menino então, está disposto a fazer de tudo para conseguir o dinheiro e poder voltar para casa.
  • Um Casamento à Indiana (2001): Enquanto a família Verma se reúne em Nova Déli para realizar às pressas um casamento arranjado, diversas histórias diferentes se cruzam. Aditi é uma jovem que aceitou casar-se com um engenheiro texano após um relacionamento fracassado, no entanto, encontra-se apreensiva com a mudança para os Estados Unidos. O pais de Aditi, enfrentam vários obstáculos e desafios para manter as tradições da família, enquanto isso, Dubby, o responsável pela cerimônia, acaba apaixonando-se pela empregada da família.
  • Rainha de Katwe (2016): Phiona Mutesi é uma jovem de Uganda, orfá de pai e que mora em uma das regiões mais pobres. Após ter deixado a escola devido à falta de dinheiro, Phiona decide superar todos os obstáculos para realizar o seu sonho de se tornar uma das melhores jogadoras de xadrez.
  • Nome de Família (2006): Logo após dois jovens indianos casarem-se seguindo as tradições locais, eles se mudam para Nova York com o intuito de se conhecerem melhor e começar uma nova vida. Pouco tempo depois, nasce o filho do casal, Gogol. Entretanto, conforme vai crescendo, Gogol passa a se afastar cada vez mais das tradições de sua família e começa uma busca por sua própria identidade.
  • Mississipi Masala (1991): Após o governo da Uganda obrigar a todos os indianos a deixarem o país, Meena e sua família mudam-se para Mississipi, nos Estados Unidos. Enquanto os seus pais possuem uma loja de bebidas, Meena trabalha limpando quartos e banheiros de um hotel. Então, o pai de Meena começa a demonstrar o desejo em casá-la, mas, a jovem possui dificuldade em encontrar alguém que realmente goste, até conhecer Demetrius, um homem negro que trabalha limpando carpetes. Ambos logo se apaixonam, porém, o relacionamento começa a sofrer preconceito e intolerância por parte das famílias de cada um.

Créditos Finais

Kate Hudson, Riz Ahmed, Mira Nair, e Liev Schreiber  em evento para promoção de O Relutante Fundamentalista (2012)

Mira Nair é uma cineasta indiana que ganhou notoriedade mundialmente, devido as suas obras que tornaram-se grandemente prestigiadas.

Além disso, ganhou diversos prêmios por seus filmes que retratam a vida sob a sua perspectiva única.

Desde modo, é possível afirmar que a diretora possui talento e uma filmografia repleta de obras que valem a pena serem assistidas!

Enfim, não esqueça de deixar um comentário contando a sua opinião sobre os filmes da diretora!

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